Projeto premiado da UMinho quer compreender como o envelhecimento afeta a memória social

Compreender como o envelhecimento afeta a nossa memória social é o objetivo do projeto do docente Torcato Meira, da Escola de Medicina da Universidade do Minho, que venceu a 6.ª edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde. A memória social é a capacidade de formar memórias de outras pessoas e recordá-las, sendo fundamental na interação social e na manutenção de relações interpessoais.
Em entrevista à RUM, Torcato Meira explica que a investigação vai colocar, pela primeira vez, os seniores participantes numa tarefa de interação com personagens num ambiente virtual, enquanto o seu cérebro é monitorizado por imagens de ressonância magnética, numa tarefa que considera “bastante inovadora”.
“Tem a forma de um jogo que é realizado dentro da máquina de ressonância magnética, num ambiente virtual, e onde os participantes interagem com diferentes personagens virtuais. Pela forma como eles interagem com essas personagens, nós conseguimos depreender a memória que os participantes têm das mesmas”, descreve.
O investigador defende que nem todas as funções cognitivas deterioram com o envelhecimento e diz que a investigação surge para “preencher uma lacuna no conhecimento científico”. “É crucial percebermos o que é que acontece a essa função cognitiva, que diz respeito à memória que temos uns dos outros e que é essencial para, entre outras coisas, as relações interpessoais que temos”, acrescenta.
Torcato Meira vai ainda pesquisar se o uso de um grupo específico de antidepressivos poderá mitigar a perda da função de memória social e, assim, contribuir para futuras intervenções terapêuticas.
É expectável que o estudo tenha início ainda este ano e que existam resultados em “um ano, ano e meio”.
