AAUMinho desafia Governo a desenvolver rede de transportes fora do Porto e Lisboa

A Associação Académica da Universidade do Minho pretende bater-se pela igualdade de acesso a transportes públicos por parte de estudantes do ensino superior de diferentes regiões do país.

De regresso ao Encontro Nacional de Dirigentes Associativos, a AAUMinho viu aprovada uma moção sobre o assunto, que será agora enviada a várias entidades como o Ministério da Educação, Ciência e Inovação ou Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.

Margarida Isaías defende que uma boa rede de transportes pode aliviar a pressão sobre os preços do alojamento, uma vez que permite uma descentralização habitacional que ajudaria a equilibrar o mercado imobiliário nas grandes cidades. “Temos estudantes que são das Taipas, Vila Verde ou Amares e não havendo um transporte publico fácil e rápido para a Universidade acabam por procurar alojamento”, exemplifica a líder estudantil.

No estudo apresentado pela AAUMinho, pode ler-se que “das 26 cidades portuguesas com mais de 100 000 habitantes, apenas aquelas nas duas maiores áreas metropolitanas de Porto e de Lisboa, na Península de Setúbal e Coimbra contam com uma rede de Metro ou têm planos de desenvolvimento nesse sentido”. 

Os estudantes lamentam que “enquanto Lisboa e Porto têm beneficiado de investimentos significativos nas suas redes de transporte, nomeadamente de Metro subterrâneo e à superfície, muitas cidades com elevado número de habitantes e com relevância universitária permanecem sem uma rede de transporte rápida e eficiente”.

Passe sub23 facilitou acesso aos transportes mas o problema persiste onde os meios não existem

A AAUMinho alerta ainda para o impacto da criação do passe sub23, que “veio facilitar o acesso às já existentes infraestruturas de transporte”, mas é uma medida que só abrange estudantes até aos 23 anos e “onde já existem infraestruturas de transporte adequadas”. Os estudantes lembram que, nesse sentido, “nas regiões sem estas opções o problema de mobilidade persiste”. “O passe sub23 abrange apenas um título de referência ou mensal, pelo que estudantes que têm de atravessar mais do que uma cidade ou de mudar de transporte para chegar à sua Instituição, não conseguem lá chegar de forma completamente gratuita”, apontam ainda.

Nesse sentido, o documento que foi aprovado pela associações e federações académicas sugere ao Governo que desenvolva “redes de transporte em cidades universitárias fora das Áreas Metropolitanas”, que “reforce as redes já existentes, garantindo uma maior regularidade ou criando carreiras mais diretas entre os polos estudantis e as zonas residenciais”, que alargue o passe sub23 a todos os estudantes do Ensino Superior e que garanta aos beneficiários a possibilidade de optar, em cada momento, por um título de referência, de entre os títulos vigentes, que satisfaça as suas necessidades de deslocação casa – escola ou pelo título mensal de rede que serve a área geográfica da Área Metropolitana ou da Comunidade Intermunicipal onde residem” e, por fim, sugerem que o Governo integre “as Políticas de Mobilidade e as Estratégias de Ensino Superior, incluindo planos de expansão e modernização das infraestruturas de transporte, assegurando que todas as regiões com Instituições de Ensino Superior tenham condições de mobilidade adequada”.

Depois de ter abandonado o ENDA por não concordar com o modelo de votação, que Margarida Isaías considerava favorecer as Federações Académicas em detrimento das Associações, a AAUMinho regressou ao fórum, com um novo modelo de voto. “Conseguimos um modelo de voto dual que valoriza ambos”, explicou.

O último ENDA decorreu em setembro, em Évora, e marca o regresso da AAUMinho a este fórum. 

Partilhe esta notícia
Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Sérgio Xavier
NO AR Sérgio Xavier A seguir: Sara Pereira às 15:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv