Orçamento da UMinho para 2025 vai ultrapassar os 200ME

Em 2025, o orçamento da Universidade do Minho (UMinho) vai ultrapassar os 200 Milhões de Euros. A estimativa é deixada à RUM pelo reitor Rui Vieira de Castro,  ele que admite também que o novo governo “está a dar sinais” de uma “maior equidade” para as instituições de ensino superior públicas no que respeita ao seu financiamento via orçamento de estado.


Lembrando que a proposta de orçamento para 2025 surge “em função das dotações de orçamento de estado para a universidade, as expetativas de receitas de prestação de serviços e propinas em função do histórico”, Rui Vieira de Castro alerta para “uma área sempre muito crítica, a investigação e o financiamento da investigação”. Apesar disso, admite que a Universidade do Minho “vai ultrapassar os 200ME de orçamento” no próximo ano. Em 2024, recorde-se, o Orçamento da Universidade do Minho foi de 198ME.

Autonomia das escolas e unidades orgânicas foi uma decisão benéfica


No ano anterior, a UMinho optou por um novo modelo orçamental em que cada escola ou instituto passa a ter autonomia para definir a estratégia financeira. Para o reitor, a autonomia traz uma vantagem clara à Universidade do Minho que já foi possível confirmar. “Havia unidades orgânicas com superavit e outras em que as receitas que eram geradas não tinham correspondência nas despesas com que as unidades estavam comprometidas. Um dos efeitos que já é verificável hoje, é que num quadro em que globalmente as contas da universidade melhoraram de forma muito acentuada, estes desiquilíbrios atenuaram-se também de forma significativa”, constata. Na opinião do reitor, esta responsabilização “conduziu a decisões que globalmente se traduziram numa melhoria da situação”.

Lembrando que o orçamento apresenta uma previsão de receita e de despesa de acordo com projetos em desenvolvimento e já contratualizados, Rui Vieira de Castro lembra, uma vez mais, que nem sempre os financiadores cumprem com as suas responsabilidades de forma atempada o que voltou a verificar este ano. Apesar disso, segundo as estimativas da Universidade do Minho, o orçamento para 2025 “vai ascender a 200 Milhões de Euros”. 

A UMinho e o OE2025. “É pouco, mas os desequilíbrios estão a ser corrigidos. Fez-se uma justiça relativa”


O reitor admite que é necessário reconhecer que o financiamento da UMinho tem sofrido melhorias depois de uma “clara sensibilidade do governo anterior e do governo atual a situações de desequilíbrio absolutamente incompreensível que existiam”. “Houve instituições que cresceram, como foi o caso da Universidade do Minho e nada disso era reconhecido no financiamento do Estado. Disse várias vezes que um estudante da UMinho era às vezes financiado a 50% do que outros estudantes de outras instituições eram financiados em Portugal”, recordou. 

Agora, vinca, “há uma fórmula adotada com critérios claros” o que faz com que nest novo caminho a UMinho apresente “uma situação melhor”. “Isto favorece a nossa posição, deixa-nos mais confortáveis e a melhoria das contas da universidade refletem já isso”, admite, ainda que as verbas do OE “não respondem sequer aos compromissos com recursos humanos que a universidade tem”.

Referindo também que a UMinho “tem um bom desempenho na atração de estudantes”, o número de bolseiros mantém-se significativo – entre os 5 mil e os 6 mil estudantes, entre 20 mil alunos que frequentam a instituição. Um cenário que também preocupa o reitor já que a dificuldade acrescida de suportar encargos há um risco real de abandono da frequência no curso.

O alojamento e a atual capacidade da UMinho também não ajuda. Mas aqui, Rui Vieira de Castro lembra os esforços desenvolvidos pela instituição nos anos mais recentes e que saíram frustrados, nomeadamente por causa do Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior (PNAES). “Tínhamos uma taxa de cobertura de camas relativamente ao número de bolseiros bastante interessante [quando comparada com a generealidade das instituições], mas foi-se revelando cada vez mais inadequada com a pressão dos preços praticados no setor privado, começou a ter impactos muito fortes na bolsa dos estudantes e o Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior, lançado há alguns anos “correu francamente mal”. Depois, com a perspetiva deste recente impulso, com o PRR, o mesmo “criou uma grande expetativa” que, avisa o reitor, não pode ser agora defraudada.

UMinho atingiu um ponto de estabilidade no preenchimento de vagas


Com mais de 3 mil ingressos e um preenchimento de 99,1% das vagas disponibilizadas para o ano letivo 2024/2025, o reitor da UMinho afirma que a instituição “atingiu um ponto de estabilidade”. “Encontramos o ponto de equilíbrio entre a oferta da universidade e a procura social”, disse à RUM, admitindo que são consequências de “ajustamentos realizados na oferta educativa” e dos cuidados com a abertura de novos cursos, nomeadamente Engenharia Aeroespacial e Ciência de Dados. “Foram objeto de muita ponderação”, atestou, admitindo que as coisas “correram muito bem”.

Para licenciaturas e mestrados integrados e apesar deste ponto de “equilíbrio”, Rui Vieira de Castro assume um continuado aumento da procura que é também “mais qualificada” dado o crescimento das médias de entrada.

Já sobre mestrados e doutoramentos há “particularidades” e Rui Vieira de Castro explica que “não é factual que os números relativos à procura baixaram relativamente ao ano anterior”, uma vez que os prazos de candidatura são diferentes, apontando para um balanço no final do ano civil.

O nº total de alunos na UMinho tem variado entre os 20.500 e 21 mil. Ainda assim, o reitor admite que a instituição está atenta a mudanças na procura. Aliás, há “uma crescente tendência para que muitas das inscrições dos cursos de mestrado, em certas áreas, não visa propriamente a realização de uma dissertação de mestrado e obtenção do grau, mas antes a formação de natureza mais curricular para aprofundamento de conhecimentos”, revela. Entre as áreas onde esta questão se verifica com mais frequência estão “as engenharias e economia e gestão”.

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Elsa Moura
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