Greve dos enfermeiros condiciona bloco operatório, consultas e internamentos na região

A greve dos enfermeiros está a condicionar as Unidades Locais de Saúde da região. Em Braga, o bloco operatório apenas está a realizar cirurgias oncológicas, as consultas externas em Guimarães, Barcelos e Famalicão estão paradas, com a adesão à greve nos 100%, o mesmo acontece em Braga com o serviço de gastroenterologia.

Os dados foram adiantados à RUM por Eduardo Sampaio, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Segundo o dirigente nacional do SEP, os constrangimentos também estão a afetar o normal funcionamento do Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

“Ao nível dos blocos operatórios, no Minho, só estão a funcionar as salas de urgência e cirurgias oncológicas. Nas consultas externas, Guimarães, Famalicão e Barcelos estão com uma adesão de 100% à greve, estão parados. Em Braga, a consulta de gastroenterologia também está parada. Em Viana do Castelo, as consultas estão com uma adesão de 70%”, detalhou.

No serviço de internamentos, a adesão ronda os 85 a 90%, estando assegurados os serviços mínimos. A maioria dos cuidados primários também estão fechados por falta de enfermeiros.

O cenário é idêntico em outras unidades de saúde do país. 

Além da valorização salarial, SEP quer melhores condições de trabalho e compensação de risco

Os enfermeiros do SNS estão, esta sexta-feira, em greve, para exigir a valorização da carreira e a melhoria das condições de trabalho.

“As reuniões com a ministra da Saúde não têm resultado em nada. Ofereceu 52 euros para a maioria dos enfermeiros e disse que poderia dar um prémio aos especialistas e gestores, mas, mesmo dentre esses, uns teriam 52 euros, outros tinham 150, outros tinham 200, provavelmente para provocar discórdia entre a classe”, afirmou Eduardo Sampaio.

O dirigente do SEP acusa Ana Paula Martins de “só querer falar da grelha e da organização do tempo de trabalho”, mas os enfermeiros têm outras reivindicações. “Queremos falar da compensação do risco e penosidade dos enfermeiros, nomeadamente através da reforma mais cedo, contratos sem termos e precários, harmonização dos dias de férias entre os funcionários públicos e os contratados”, começou por apontar. Eduardo Sampaio pretende ainda ver resolvidas “as injustiças relativas à contagem de pontos, que não foi feita corretamente a todos os enfermeiros, os retroativos que alguns tiveram desde 2018 e outros desde 2022”. “Estamos cá para a luta e vamos lutar ainda mais durante o mês de agosto”, finalizou.

A greve foi convocada pelo SEP no dia 16 de julho, alegando que a apresentação da proposta de alteração das grelhas salariais continuava por cumprir, o que levou à suspensão das negociações na reunião marcada para esse dia. O SEP voltou a reunir-se na quarta-feira com a ministra da Saúde e no final do encontro o presidente do SEP, José Carlos Martins, afirmou aos jornalistas que a greve se mantinha, porque a proposta apresentada pelo Governo continua a ser inadmissível, intolerável” e como tal os enfermeiros têm “razões acrescidas para manifestar a sua fortíssima indignação”.

Partilhe esta notícia
Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Musicodependência às 15:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv