PS e CDU denunciam obras noturnas no complexo do grupo Supera. Rio nega licenciamento
Os vereadores da oposição em Braga denunciaram, na reunião de Câmara desta segunda-feira, que as obras do complexo desportivo do grupo Supera, em S. Victor, têm decorrido fora de horas, nomeadamente no período noturno. Além disso, PS e CDU apontam o uso de manilhas de grande dimensão na empreitada que “induzem que existe água em quantidade no subsolo”.
“Neste momento, é altamente desconfortável perceber que existem obras a serem realizadas um bocado à pressa para que, digamos assim, aconteça e, a acontecer, deve acontecer de forma legal e absolutamente às claras”, afirmou o socialista. Depois de denuncias de moradores e da confirmação da Junta daquela freguesia, o PS pediu ao executivo que “incentivasse a fiscalização e percebesse se está a ser feito e acordo com a lei e com as regras de licenciamento”.
Para Vítor Rodrigues, da CDU, “a utilização de manilhas de grande dimensão atesta que ali corre água e que a questão da difusão da Ribeira de S. Victor continua por esclarecer”. “Nesta sessão de Câmara, exigimos que o relatório nos fosse apresentado porque creio que não vale a pena estar à espera da APA, que não dá qualquer resposta, para percebermos quais foram os pressupostos técnicos que levaram à conclusão de que a Ribeira de S. Victor se tinha difundido por várias linhas de água”, explicou.
Na resposta, o autarca, Ricardo Rio, disse não dispor “de nenhuma informação que haja licenciamento para obras noturnas”, que são, normalmente, “conferidas por situações ocasionais”. “Não conseguimos pôr um polícia lá em permanência, portanto, se há qualquer ocorrência desta natureza, os moradores têm de reportar, os nossos serviços irão registar e atuar em conformidade. Esta obra, como qualquer outra, tem que cumprir as regras normais de funcionamento”, disse.
Contactado pela RUM, o vereador que tutela esta área, João Rodrigues, explicou, relativamente às manilhas de grande dimensão, que há no local “um coletor de águas pluviais, mas, segundo os técnicos do município, não uma ribeira”.
A Associação Portuguesa do Ambiente ainda não se pronunciou sobre o assunto.
