Partidos querem ligar concelhos do distrito mas priorizam meios diferentes

A necessidade de ligar os diferentes concelhos do distrito de Braga é reconhecida por quase todos os candidatos as Legislativas do próximo domingo. As oito forças partidárias com assento parlamentar participaram no debate promovido pela RUM, que poderá ser escutado em podcast.
Rafael Pinto, do PAN, defende a aposta em autocarros elétricos e também na ferrovia, neste caso que “ligasse o quadrilátero a Vila Verde, Fafe e Esposende”. “Temos que ligar o distrito com uma rede de transporte público e garantir um passe único que possa ser usado no país”, acrescentou.
Alinhado na ferrovia está também o Bloco de Esquerda. Bruno Maia, cabeça de lista por Braga, apela a um “acordo dos partidos à esquerda” para que “a ferrovia pesada ligue o quadrilátero e, a partir daí, pensar em nós intermodais, que pudessem comunicar com outros concelhos do distrito”.
Jorge Paulo Oliveira, candidato da Aliança Democrática, acredita ser vantajoso fomentar o transporte intermodal com a Área Metropolitana do Porto. “A nossa aposta é na valorização do transporte radial que faça a ligação, sobretudo, dentro do quadrilátero, porque se apresenta de uma forma mais exequível. A ligação ferroviária entre Guimarães e Braga é um investimento muito avultado e, por isso, nunca colocamos como prioridade”, justificou.
Ora, esta ligação é precisamente uma das prioridades da CDU. Sandra Cardoso aponta a ferrovia entre Braga e Guimarães como a opção “mais viável”. Além disso, a coligação de esquerda tem como proposta a implementação de um passe intermodal no quadrilátero, com um preço máximo de 20 euros, para ligar os diferentes concelhos e a Área Metropolitana do Porto. “O Plano Nacional Ferroviário acaba por ser mais rodoviário para o distrito de Braga”, disse ainda.
Livre e IL alinham na ferrovia, Chega prefere o metro e PS propõe TUB a ligar quadrilátero
O Livre, que em Braga tem como cabeça de lista Teresa Mota, também propõe um passe intermodal, “que deve ser cumprido numa legislatura e estendido progressivamente”. “A ferrovia será a solução ideal para ligar as diferentes cidades do quadrilátero, essa ligação deve ser densificada e espalhada o mais possível e terá que haver outro tipo de transportes públicos coletivos que deverão ser priorizados relativamente ao individual”, afirmou ainda.
Filipe Melo, do Chega, considera que o dinheiro investido no Bus Rapid Transit (BRT), em Braga e Guimarães, não foi uma boa aposta, considerando que o metro de superfície seria mais vantajoso. “É insuficiente e ineficaz”, afirmou o candidato, admitindo que “será uma ajuda em termos do processo de descarbonização”.“Temos que ligar o quadrilátero e o metro de superfície é uma solução”, apontou.
Do lado do PS, José Luís Carneiro admite que, “desde que haja uma alteração legislativa, é possível garantir a capacidade de resposta dos TUB às necessidades, não só do quadrilátero, mas com os municípios mais periféricos do distrito, com base no reforço da capacidade dos TUB”.
A Iniciativa Liberal diz que o metro de superfície seria mais vantajoso do que o BRT, em Braga. Ainda assim, Olga Batista acrescentou que o partido quer ligar as grandes cidades do distrito, Braga, Guimarães e Barcelos, através da ferrovia, que já liga Guimarães a Famalicão. A IL defende também “uma maior oferta dos transportes públicos, boa frequência, pontualidade, fácil acesso e acessível” para que as pessoas possam efetivamente trocar o carro pelos transportes coletivos.
