AAUMinho critica Governo por não envolver estudantes no Programa para a Saúde Mental
A presidente da Associação Académica da Universidade do Minho critica o Governo por ter deixado de fora das candidaturas ao Programa para a Promoção de Saúde Mental no Ensino Superior as associações de estudantes.
A UMinho candidatou a este programa, de 12 milhões de euros, um Centro de Apoio Mental que permitirá reforçar, de forma significativa, a resposta atual. A AAUMinho foi envolvida no processo, mas apenas como entidade colaboradora.
“É um programa que é muito importante, mas tenho pena que as associações académicas não tenham sido incluídas neste programa por parte do Estado. É quase que um fator de majoração as instituições de ensino superior terem a Associação Académica como um colaborador na candidatura, que acaba por não incluir-nos, quando fomos pioneiras no trabalho relativamente à saúde mental. É uma pena, porque poderíamos ter trabalhado de uma forma diferente das universidades”, atirou Margarida Isaías.
A líder dos estudantes reconhece que há um aspeto que tem evoluído de forma positiva: os estudantes reconhecerem que precisam de ajuda.
Neste momento, alerta, é necessário reforçar o número de recursos humanos afetos a esta área na Universidade, onde há apenas “um psicólogo para os mais de 20 mil estudantes, quando a recomendação é ter pelo menos um para cada 500 estudantes”. Nesse sentido, a candidatura ao programa do Governo vai facilitar, porque está previsto acréscimo de quatro recursos humanos. Ainda assim, frisa, “não será suficiente”.
Do contacto que vai tendo com os estudantes, Margarida Isaías diz que, além das questões pessoais, “há questões relacionadas com a dificuldade que existe em frequentar o ensino superior, seja ao nível da habitação, transportes ou materiais”. “A desatualização dos modelos de ensino promove, muitas vezes, o chamado burnout”, finalizou.
