Reitor reconhecer ser necessário “evoluir nos apoios prestados à AAUMinho”

O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, considera a AAUMinho “um parceiro essencial no desenvolvimento do projeto da Universidade”. Reconhecida estatutariamente como a estrutura representativa dos estudantes, “uma decisão que não foi pacífica, nem fácil”, a AAUMinho, disse o reitor, tem como missão “representar não apenas aqueles que são sócios da Associação Académica, mas todo o corpo de estudantes”. “Da Associação Académica espera-se também uma intervenção ativa nos órgãos nos quais tem participação e um compromisso continuado com a Universidade na persecução daquilo que são os seus objetivos”, afirmou.

Sobre as críticas apontadas pela presidente da AAUMinho, Margarida Isaías, o responsável máximo da instituição explicou que “o apoio tem sido significativo, ao longo do tempo”, mas admitiu ser necessário “evoluir no que respeita ao quadro de apoios que são prestados à AAUMinho”. “O aumento do orçamento reflete-se naquilo que são as iniciativas que a Universidade desenvolve e que tem nos estudantes um destinatário essencial, permitindo recrutar mais professores, melhorar as condições de trabalho pedagógico e infraestrutura tecnológica da Universidade”, adiantou. No entanto, questionado sobre o aumento do preço das senhas da cantina ou do acesso à prática desportiva e cultural nos campi, Rui Vieira de Castro referiu que não são esperadas reduções, “porque os valores foram recentemente fixados e houve razoes para se proceder às alterações”.

 “Estamos confiantes no reforço das verbas de ação social, por via do que foi prometido pelo Governo, para apoiar o alojamento e alimentação e esperamos que daí possam resultar outros benefícios que permitam à Universidade investir na melhoria das condições de alojamento dos estudantes e também no pavilhão desportivo”, apontou ainda.

“Não passámos de uma situação muito frágil para uma situação absolutamente descansada”

Não havendo “nenhuma dissociação entre Serviços de Ação Social e Universidade”, o reitor lembrou que “a vida da Universidade de Minho em 2021 e 2022 foi particularmente difícil e a dos SASUM foi muito desafiante”.

Rui Vieira de Castro evidenciou ainda “o subfinanciamento crónico” das instituições de ensino superior, que, no caso da UMinho, “apenas começou a ser corrigido em 2022 e em 2023”. “Não passámos de uma situação muito frágil para uma situação absolutamente descansada. Estamos a fazer o nosso caminho, que tem que ser trilhado com todo o cuidado”, alertou.

Os Serviços de Ação Social viveram “uma situação de extrema dificuldade com a subida galopante das matérias-primas, que necessariamente é algo que tem de ser refletido, e estamos a fazê-lo de uma forma cautelosa, procurando não afetar os estudantes”. “É ilusório pensar que a inflação possa não vir a ter reflexos naquilo que são os custos dos bens ou serviços que a Universidade de Minho presta aos seus estudantes”, frisou.

“Cabe à Associação Académica e aos estudantes encontrar os mecanismos próprios à defesa”

Rui Vieira de Castro recordou que “a revisão dos estatutos da Universidade foi desencadeada por esta equipa reitoral, porque havia uma convicção de que o grau de maturidade e a complexidade da Universidade das suas unidades orgânicas necessitava da introdução de novas opções no texto estatutário”. No entanto, esclareceu que “a representação dos estudantes e a composição do Conselho Geral não foi objeto de nenhuma proposta de alteração por parte da reitoria, porque entendíamos que há um figurino adequado à dimensão da Universidade”.

“Cabe à Associação Académica e aos estudantes encontrar os mecanismos próprios à defesa, que é legítima, da sua posição e construir as pontes e as relações que as possam suportar”, atirou o reitor, lembrando que as decisões ficam “nas mãos do Conselho Geral”.