Bancas de jornais sem JN pela primeira vez em 35 anos  

É a primeira vez em 35 anos que o Jornal de Notícias não pode ser encontrado nas bancas. Esta sexta-feira, apenas os restantes diários nacionais estão disponíveis e quem consultar o site do JN encontra exatamente os mesmos títulos do dia anterior. A greve do JN é, por isso, a notícia. 

O Global Media Group (GMG) anunciou que vai avançar com “um processo de reestruturação de negociação de acordos de rescisão, com caráter de urgência, num universo entre 150 e 200 trabalhadores”, 40 dos quais na redação do Jornal de Notícias, que conta com 90 profissionais.

O primeiro dia de dois dias de greve ficou marcado por uma adesão de praticamente 100% com os trabalhadores concentrados à porta dos respetivos edifícios de Porto e Lisboa.

Ainda no dia de ontem, os trabalhadores do JN entregaram o Manifesto ‘Somos JN’ ao secretário-adjunto do primeiro-ministro, Mendonça Mendes.

O JN foi lançado há 135 anos. Os salários deste mês, cujo pagamento estava em atraso, começaram a ser liquidados na terça-feira, mas o subsídio de Natal ainda não foi pago.

No manifesto, a que a Lusa teve acesso, a redação do Jornal de Notícias afirma que o corte anunciado pela administração “será a morte” do diário.

“Se esta impensável decisão avançar, o titulo até pode sobreviver mais um ano ou outro, mas nunca será capaz de continuar a fazer a diferença”, defendem.

O Global Media Group (GMG) vai negociar “com caráter de urgência” rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”, anunciou esta quarta-feira num comunicado interno.

Para hoje está prevista uma nova concentração, a partir das 14h30, mas em frente à Câmara Municipal do Porto. A marcha parte meia hora antes da antiga Torre JN.