“Quer ganhe, quer perca, todas as semanas tenho de lidar com mensagens de ódio”

João Sousa lida com insultos nas redes sociais há pelo menos sete anos. O tenista minhoto voltou a abordar o assunto no programa RUM(O) Desportivo.
Em março deste ano, a seguir à derrota com o argentino Mariano Navone, na segunda ronda do Challenger de Girona, através das redes sociais, denunciou mensagens de ódio, provenientes sobretudo de apostadores, a desejarem que se lesionasse ou até mesmo que morresse.
Recordando que, em 2018, já tinha alertado para a situação e apesar de ressalvar que “a culpa não é das apostas” por si só, João Sousa lamenta que existam “pessoas que não consigam perceber que estão em causa seres humanos e que os atletas também perdem dinheiro quando não vencem”.
“É triste que quer ganhe, quer perca, todas as semanas tenho de lidar com mensagens de ódio. Já faz parte da nossa vida há sete ou oito anos. Acabamos por relativizar a situação, mas a verdade é que se trata de uma situação violenta”, refere, acrescentando que os insultos surgem em diferentes idiomas.
Atualmente já existem mecanismos no Facebook e no Instagram que permitem bloquear automaticamente algumas palavras, o que ajuda “a controlar um bocadinho”. No seu entender é importante apoiar os atletas, principalmente os mais jovens, adiantando que está a ser desenhado um plano nesse sentido, cujo objetivo passa por prepará-los, do ponto de vista psicológico, para este tipo de casos.
No caso do atleta minhoto, as mensagens de ódio nunca se transformaram em confrontos físicos, ao contrário do que já aconteceu com outros colegas. “Existiram situações no circuito ITF Future, em Portugal, em que os jogadores foram ameaçados. Algumas pessoas entraram [no recinto], exigiram explicações e foram muito violentas. Só não foi pior porque a polícia chegou”, conta.
