Santos Silva deposita nos jovens a esperança do futuro da democracia

A democracia não é uma utopia. A opinião é partilhada pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e pelo presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio. No salão nobre da reitoria da Universidade do Minho, no Largo do Paço, em Braga, os responsáveis políticos trocaram impressões, esta segunda-feira, sobre a “Democracia, uma utopia com lugar”, numa sessão que integra a programação do Festival Literário de Braga – Utopia.
“A Democracia é o ar que os jovens respiram. Podemos fazer coisas muito importantes quando somos muito jovens e não apenas queixar-nos do que os outros fazem ou não fazem por nós”, afirmou Santos Silva.
Questionado sobre a participação eleitoral dos jovens, o presidente da Assembleia da República diz que “os números são contraditórios”. “A participação cívica não se esgota na participação política, que não se esgota na eleitoral e nós precisámos de todas elas e dos jovens, que são o futuro”, argumentou.
Santos Silva aponta discurso da presidente da AAUMinho como um dos “mais interessantes” que ouviu
A propósito da participação dos jovens, Augusto Santos Silva confidenciou que “uma das intervenções mais interessantes” que ouviu “no último ano” foi precisamente na Universidade do Minho, nomeadamente da presidente da Associação Académica, Margarida Isaías, na cerimónia do 49.º aniversário da instituição minhota, pela “pertinência do que disse, a forma como disse e a oratória”.
Nesse discurso, a jovem estudante de Medicina abordou assuntos como a necessidade de novas residências universitárias, da requalificação das existentes ou o financiamento das instituições de ensino superior. “Não depende da idade, da formação, mas das ideias que temos e da vontade que temos de exprimi-las”, afirmou o presidente da Assembleia da República.
Rio realça o envolvimento dos jovens de Braga no modelo de governança
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, elogia a participação cívica dos jovens bracarenses. “Temos uma sociedade civil muito rica do ponto de vista do associativismo juvenil, com muitos jovens protagonistas nos mais diversos setores de atividade e é fundamental que os jovens se sintam responsabilizados por darem o seu contributo e participarem nos diversos contextos da sociedade”, referiu o autarca.
Santos Silva lembrou que “a maioria da população mundial vive em contexto não democrático, estamos longe da generalização das democracias e esta luta é atual”. “A democracia é quem escolhe quem nos governa, como se limita o poder dos que governam, como se garantem direitos de cada um e como é que o Governo pode contribuir para aumentar o bem-estar de cada um”, apontou o presidente da Assembleia.
Já Ricardo Rio frisou que a democracia “não é uma utopia por não ser algo inalcançável”, ainda que “não seja um sistema perfeito”.
“Um dos grandes ganhos que tivemos em Braga é o modelo de governança em que colaboramos ativamente com todas as instituições. Defendemos uma visão conjunta para o futuro da cidade e isso tem ajudado a envolver todas as instituições e cidadãos”, realçou o autarca. Apesar de reconhecer que a “taxa de abstenção é superior nos jovens”, ainda que Braga tenha “40% da população com menos de 30 anos”, “é muito importante envolver os jovens”. “Esta proximidade é fundamental e é algo que nem sempre se consegue a nível nacional, para trazer os jovens para a vida democrática”, finalizou.
