CMG quer empresas focadas no “conhecimento intensivo”

O presidente do Município de Guimarães quer as empresas do concelho a trabalhar de forma mais intensiva em prol do “conhecimento intensivo”, sempre em colaboração com os centros tecnológicos das universidades e politécnicos, de modo a acrescentar valor e modernidade aos seus produtos. Domingos Bragança falava à margem da primeira edição do mês da economia de Guimarães que tem como tema “Economia – Inovação e Fábrica do Futuro”.
Para o edil é fundamental que as empresas passem de “mão de obra intensiva” para a era do “conhecimento intensivo”. Domingos Bragança desafia os empresários vimaranenses a não terem receio de se deslocarem aos centros tecnológicos e questionar sobre o que está a ser desenvolvido e o que podem aplicar nas suas realidades.
As “fábricas do futuro” devem ser construídas desde já, de modo a “aumentar a competitividade das empresas sediadas em Guimarães e, sobretudo, reter talento”. Com o novo curso da Universidade do Minho em Engenharia Aeroespacial, poderá surgir, para o têxtil vimaranense, uma nova oportunidade, a título de exemplo, no desenvolvimento de novos tecidos para fatos espaciais.
O autarca frisa ainda a necessidade dos concelhos que compõe o quadrilátero urbano, Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão, colaborarem em vez de caminharem no sentido do individualismo de resultados.
“Nós como concelhos devemos ter sempre uma atitude e um pensamento de cooperação. Cada concelho luta por ter, obviamente, força económica, mas mais que o tentar competir com o vizinho, nós temos é que competir mundialmente. Guimarães é o quinto em valor acrescentado nacional, o décimo exportador. Nós temos é que coordenar as políticas da região e quanto mais a região for forte, mais as nossas cidades são fortes e os nossos concelhos são fortes”, declara.
Secretário de Estado da Economia apela à inovação, sustentabilidade, transição digital e colaboração.
A descarbonização deve ser uma aposta para as empresas portuguesas. Quem o diz é Secretário de Estado da Economia, Pedro Celínio, que participou na sessão de encerramento da primeira sessão “Economia – Inovação e Fábrica do Futuro” que irá decorrer durante todo o mês de outubro.
O governante alertou para as oportunidades que irão surgir com o Portugal 2030 que tem abertas candidaturas num total de 45,7 milhões de euros para descarbonizar a economia.
Aos jornalistas o secretário de Estado da Economia sublinha que este é o caminho para que Portugal tenha uma palavra a dizer não só por ter produtos baratos, mas sim, tecnologicamente inovadores o que irá resultar em melhores salários e oportunidades de emprego qualificado dentro de portas.
“A médio prazo a descarbonização, até mais do que uma oportunidade, poderá passar a ser mesmo uma exigência dos clientes e, principalmente, daqueles mercados que valorizam mais os produtos e que estão disponíveis a pagar um preço mais elevado. Nós temos assistido a isso muito no setor têxtil e no setor do calçado. Têm feito uma aposta muito forte na sustentabilidade, na reciclagem das fibras, na utilização
de biomateriais, o que tem trazido bons resultados no acesso a mercados mais evoluídos. Agora, esse caminho é incontornável”, refere.
Questionado pela RUM sobre o fecho que quase uma dezena de empresas do setor têxtil nos concelhos de Guimarães e Famalicão, o Secretário de Estado refere que tem mantido uma “grande proximidade com os setores têxtil e do calçado que têm uma representatividade regional”, deixando uma mensagem de confiança sobre o futuro.
O governante fala num efeito “chicote” ainda resultado da pandemia, mas que num futuro próximo poderá ser invertido.
“Nas próximas coleções, vamos fazer essa inversão e as empresas vão continuar a ter oportunidades de negócio. Obviamente sabemos que existem empresas mais frágeis que poderão sofrer processos de ajustamento, mas, aí é que temos que garantir que o tecido económico como um todo surge reforçado”, afirma.
