Dependente do IPDJ, obras no Sá Leite atrasam um ano; Pavilhão de Sequeira é alternativa

Inicialmente previstas para o arranque desta temporada, as obras no Pavilhão Flávio Sá Leite, em Braga, só devem acontecer dentro de um ano e, quando iniciarem, o ABC/UMinho poderá mudar-se, provisoriamente, para o Pavilhão de Sequeira. As informações foram avançadas pelo presidente no programa conjunto RUM(O) Desportivo/Campus Verbal, transmitido esta sexta-feira e que é reposto na terça.

De acordo com Carlos Matos, neste momento, o clube e a autarquia aguardam pela validação do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) para que o projeto de requalificação avance. Depois de aprovado, refere, serão “feitas as especialidades, lançado o concurso e depois inicia a obra”.

Admitindo que o facto de estar dependente de entidades externas, como o IPDJ, possa ter atrasado o processo, esclarece que, “se fosse hoje, as obras não podiam começar”. “Aquilo que temos mais ou menos acordado com a Câmara Municipal de Braga é começar as obras no início da próxima época porque, nesse momento, o Hóquei Clube de Braga já estará de novo no Pavilhão das Goladas [também alvo de requalificação] e libertará o Pavilhão de Sequeira”, explica.

Esse recinto será, em princípio, “a base do ABC” durante o período das obras – podem “durar entre um ano e um ano e meio” -, sobretudo relativamente aos treinos, que são “sempre mais difíceis” de conjugar. Quantos aos jogos, ainda não está definido.

Até agora não foi divulgado o custo da obra, suportado integralmente pela Câmara de Braga, detentora do Pavilhão Flávio Sá Leite, mas, de acordo com o presidente do clube, perspetiva-se “uma remodelação profunda”. “Vai crescer muito em zonas técnicas, balneários, salas de reuniões e ginásio, mas não no número de espetadores. Estando numa espécie de buraco, para crescer em termos de bancadas, teria de se subir todo o piso e depois nivelar tudo”, concretiza.

ABC/UMinho corre risco de jogar competições europeias fora de Braga

Já esta época, o ABC/UMinho será obrigado a abdicar do Pavilhão Flávio Sá Leite no que diz respeito à Liga Europeia. Apesar de ter sido utilizado na ronda de qualificação, não reúne as condições necessárias para acolher os três jogos da fase de grupos em que o emblema bracarense surge como visitado, nomeadamente a dimensão dos balneários e o espaço entre as linhas de jogo e o resto da quadra.

A única alternativa na cidade é o pavilhão do SC Braga, inaugurado no início do mês, tendo já havido conversações nesse sentido. Contudo, há um requisito exigido pela Liga Europeia de Andebol (EHF) que não cumpre: a capacidade das bancadas é inferior em cerca de 600 lugares aos 2.000 solicitados pelo organismo que tutela o andebol continental. Resta, por isso, fazer “quase uma operação de charme” junto dos decisores, no sentido de “permitir que esse fator não seja fundamental”.

Caso haja intransigência, acontecerá “uma triste realidade”. “O ABC terá de ir jogar para uma cidade longe de Braga e fora do distrito. As três hipóteses que vejo são Santo Tirso, Póvoa de Varzim e Porto. Estamos a tentar evitar isso a todo custo. Julgo que, até ao final desta semana, início da próxima, essa decisão estará tomada”, refere.