PAN: Agricultura celular pode ser uma oportunidade para a região Norte

O PAN acredita que a agricultura celular pode ser uma oportunidade para Portugal, em especial para a região Norte. A RUM conversou com o porta-voz distrital Rafael Pinto que defende um maior investimento europeu na agricultura celular com especial foco nas alternativas à carne.
“A agropecuária tem impactos a nível global gravíssimos, tanto ao nível de emissões de gases com efeitos de estufa, como no uso de terrenos e no gasto de água, e a agricultura celular, de facto, tem demonstrado que tem um impacto significativamente inferior. Depois, claro, o maior benefício está ligado ao bem-estar animal,
é uma agricultura que não necessita de exploração animal”, defende.
Rafael Pinto acredita que há vontade e capacidade técnica na região Norte, com o INL e a Universidade do Minho, para criar um “grande cluster” neste setor. “É uma indústria que necessita de mão de obra qualificada, ou seja, o ideal para um país com a dimensão de Portugal”, afirma.
O Partido das Pessoas, Animais e Natureza pretende levar este tema, em breve, ao Parlamento português apesar das resistências dos partidos mais conservadores. O responsável garante à Universitária que existem empresas e investigadores interessados em “levar o tema para a frente”.
Recorde-se que o caso do engenheiro Vítor Espírito Santo, formado na Universidade do Minho, que coordena o departamento de agricultura na Eat JUST, nos Estados Unidos da América. A empresa dedica-se ao desenvolvimento de carne cultivada, isto é, carne feita a partir de células animais sem necessidade de recorrer ao abate animal.
A nível europeu está a ser debatida a ´Estratégia para a Proteína` e no início do próximo ano será lançada a estratégia para a proteína da parte da Comissão Europeia.
O porta-voz do PAN no distrito de Braga, lamenta a disparidade na distribuição de apoios que impossibilitam a redução dos preços destes produtos. Segundo Rafael Pinto, a indústria da carne recebe cerca de 1.200 vezes mais apoios do que as alternativas vegetais. Além disso, na União Europeia ainda são poucos os países que legalizaram ou estão em processo de legalização desta opção alimentar. Um processo que terá obrigatoriamente de passar pela European Food Safety Authority.
A carne de laboratório já é legal nos Estados Unidos da América, Israel e Singapura que estão a investir neste setor. Na União Europeia, os Países Baixos e Espanha estão a instalar fábricas que irão exportar a sua produção. O processo de legalização está pendente na Suíça e Reino Unido.
“Atualmente, a União Europeia necessita de importar grandes quantidades de alimentos para alimentar os animais e do ponto de vista de soberania, isso também não é o ideal”, alerta. O porta-voz do PAN acrescenta que a maioria da produção de proteína vegetal na UE serve para alimentação de animais.
