UMinho acolhe supercomputador que pode ser decisivo “no avanço da humanidade”

Considerado o supercomputador português mais rápido de sempre, o Deucalion foi oficialmente inaugurado, esta quarta-feira, no campus de Azurém da Universidade do Minho. É o mais recente supercomputador “verde” nacional, para qual se estima um consumo de mais de um megawatt-hora, o equivalente à quantidade de eletricidade usada por cerca de 330 casas durante uma hora, porém, o objetivo é que não venha a usar qualquer fonte de energia fóssil.

Com 26 toneladas, o Deucalion foi criado com o objetivo de acelerar a produção de ciência e inovação em Portugal em domínios como a inteligência artificial, medicina personalizada, ‘design’ de fármacos e novos materiais, observação da Terra e oceanos, combate às alterações climáticas e fogos, criação de smart cities, ordenamento do território, mobilidade e veículos autónomos.

“O Deucalion resolve numa hora o que um computador normal demoraria 20 anos”, António Costa

“Pensei em pedir o Deucalion emprestado durante três horinhas para ver se resolvíamos o problema da localização do futuro aeroporto”, atirou, em tom de brincadeira, o primeiro-ministro, António Costa.

Para que se percebam as funcionalidades deste equipamento, o chefe do Governo decidiu simplificar: “O Deucalion resolve numa hora o que um computador normal demoraria 20 anos”.

“Tudo aquilo que ajude a desenvolver o conhecimento e a ciência, ajuda a criar as bases fundamentais para que esse conhecimento se possa transformar em inovação. Essa inovação é poder criar algo de novo e o nosso desígnio empresarial, hoje, felizmente, também já está capacitado para poder aproveitar esse conhecimento e transformá-lo em inovação, ou seja, em novos produtos ou em novos serviços”, afirmou ainda Costa.

O chefe do Governo acredita que o Deucalion e os restantes computadores instalados em várias cidades do país vão trabalhar em rede e “permitir que o país dê um novo salto em frente”.

“O Deucalion vem colocar o país numa posição de relevo no projeto europeu de supercomputação”, Rui Vieira de Castro

Para o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, o Deucalion permite dar “um salto qualitativo na computação avançada no nosso país e na União Europeia”. No entanto, e apesar de ter sido oficialmente inaugurado esta quarta-feira, o supercomputador não está ainda a funcionar em pleno, mas tal deverá acontecer em breve, sendo que a máquina passará agora “por uma longa série de testes”.

Rui Vieira de Castro enalteceu ainda o “papel decisivo que as universidades têm no desenvolvimento científico e tecnológico do país, que passa a estar muito melhor equipado para fazer face a desafios nos campos da ciência, da tecnologia e da inovação”.

Ainda assim, o responsável máximo da academia minhota aproveitou para deixar um recado ao Governo: “O sucesso da inscrição de Portugal na rede de computação avançada europeia vai depender do envolvimento e, previamente, a sensibilização de todos os potenciais parceiros. Importa garantir, por isso, que, para além das comunidades científicas, todos os interessados, designadamente dos setores empresariais, tenham acesso às infraestruturas e serviços prestados pelo Deucalion”.


O supercomputador, que está preparado para apoiar mais de 200 projetos por ano, é no entender de Rui Vieira de Castro “um recurso extremamente valioso”, que poderá ser usado pela comunidade científica nacional e europeia, de forma transversal. “O Deucalion vem colocar o nosso país numa posição de relevo no projeto europeu de supercomputação”, finalizou.

“Hoje fazemos mais uma vez história na ciência”, Elvira Fortunato

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, o supercomputador “é nacional, mas é também um exemplo de coesão territorial”. “Hoje fazemos mais uma vez história na ciência”, reiterou.

A ministra que tutela o Ensino Superior espera que o supercomputador “possa catalisar e cativar novos investimentos nacionais e internacionais” e que seja decisivo “no avanço da humanidade, não só na Europa, mas no Mundo”.

“Portugal fica com mais e melhor investigação”, Madalena Alves

O projeto envolveu um investimento de 20 milhões de euros, financiados em 35% por fundos europeus e a restante verba via Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

“A FCT irá lançar concursos dedicados de acesso a esta infraestrutura, incluindo programas específicos para apoio a PMEs e administração pública, além de passar a incluir acesso direto a tempo de cálculo, no âmbito de outros projetos da FCT”, referiu Madalena Alves, presidente da Fundação.

A líder da FCT considera que “Portugal fica com mais e melhor investigação, a funcionar em rede na europa”. “Foi um grande desafio que hoje se concretiza”, finalizou.

Este supercomputador multiplica por dez a capacidade de computação nacional, o que permitirá executar “simulações complexas e análises de dados de grande escala”, com impacto em áreas como a genómica, física, química, materiais, farmacêutica, energia, espaço, finanças e manufatura, “atuando na otimização de processos e desenvolvimento de novos produtos com base em simulações precisas e análises de dados”,

Depois de Bob, que foi instalado em Riba D’Ave, no concelho de Vila Nova de Famalicão, em 2019, agora é Deucalion que tem morada em mais uma cidade minhota, Guimarães. 

Partilhe esta notícia
Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Olhar de Lá e de Cá às 08:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv