Programa das pontas letivas em Braga com 19 inscritos dos 49 previstos

Das 49 pré-inscrições para o programa das pontas letivas que a Câmara Municipal de Braga vai implementar, apenas se confirmaram 19.
Em causa está a ocupação das crianças com necessidades específicas nas manhãs ou tardes em que não têm aulas. O Município optou por arrendar um espaço no centro da cidade, fora do contexto escolar, para acolher as atividades.
A vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, diz-se “surpreendida” com o número de inscritos, dado o interesse que o programa suscitava. “Os pais consideraram que, uma vez que as atividades que iremos proporcionar não são atividades fora do contexto de sala, não manifestaram interesse. Perguntaram-nos frequentemente se teríamos atividades na piscina, na equitação ou no apoio ao estudo e como não teríamos, efetivamente, não manifestaram interesse”, justificou. Para Carla Sepúlveda o número de inscritos fica, assim, “bastante aquém” do esperado e as 19 inscrições são “aquelas que os pais precisam mesmo de trabalhar”. Ainda assim, e por se tratar de um projeto piloto, a vereadora que tutela a Educação em Braga acredita que “numa próxima oportunidade de inscrição estas possam vir a subir”.
O valor da mensalidade deverá ficar-se entre os 130 e os 250 euros, algo que, na altura em que foi anunciado, suscitou muitas críticas por parte do Movimento Pais em Luta, que dizem ser valor incomportáveis para a maioria das famílias. “Esse aspeto, não foi nunca referenciado, em nenhuma das comunicações que nos chegaram.
Teremos em conta a situação familiar das pessoas e do agregado familiar, naturalmente, e teremos sempre por base o escalão da ação social”, esclareceu. A responsável refere ainda que “todas as respostas são pagas” e que, embora tenha sido dito que “em algumas instituições o valor era substancialmente inferior”, é importante lembrar que essas mesmas entidades “são subsidiadas pelo Estado e esta é uma resposta totalmente privada”.
A autarca denotou ainda que o valor não inclui “o valor que o município gastará com os postos de trabalho ou com o aluguer do espaço”, tendo apenas por base a proposta da entidade a quem será entregue o projeto”. O programa vai custar cerca de 265 mil euros ao município, estando em causa um investimento de 120 mil euros para a contratação da equipa técnica e de 145 mil euros para assistentes operacionais.
Município vai arrendar espaço fora do contexto escolar para acolher o programa
O espaço que vai acolher o projeto será fora do contexto escolar, desde logo “por força da sobrelotação das escolas”, mas também por considerar o município “que se os alunos tiverem um espaço fora da escola são capazes de ter outro tipo de benefício”. “Recorremos ao aluguer um espaço fora do contexto escolar, que está a ser devidamente equipado e preparado para acolher estes jovens a partir do dia 18 de setembro”, revelou a vereadora, apontando o anúncio do espaço para breve. Ao que a RUM apurou, trata-se de um espaço na zona de Santa Tecla.
O número de assistentes operacionais afetos ao programa ainda não está totalmente definido, “por força daquilo que será também a contratação da empresa especializada”, sendo que decorre, neste momento, a fase de recrutamento.
O plano de atividades será divulgado nos próximos dias, mas será idêntico ao que é aplicado ao programa Incluir. “Iremos privilegiar atividades de artes, algumas atividades que se possam desenvolver em sala, como pintura, projetos sobre um determinado tema que depois possam acoplar algumas atividades transversais”, afirmou Carla Sepúlveda.
“O que nós pretendemos é um serviço de apoio familiar, não é um centro de terapias ou de atividades. O nosso compromisso foi, de facto, termos um espaço onde os pais pudessem deixar os seus filhos e que ocupassem as horas não letivas”, finalizou.
O serviço, que arranca a 18 de setembro, funcionará de manhã, entre as 08h30 e as 12h00, e de tarde, entre as 14h00 e as 17h30.
