Calor no Mercado Municipal de Braga compromete mercadoria

A alta temperatura no Mercado Municipal de Braga continua a ser um problema para os comerciantes. O calor que se faz sentir no interior do edifício não é uma reivindicação nova, mas continua por solucionar. Recorde-se que o equipamento foi reinaugurado no final de 2020.

À RUM, os vendedores reiteram que, nesta época do ano, as condições físicas do equipamento, nomeadamente a cobertura em vidro, “estraga os produtos em exposição com maior rapidez”, prejudicando a viabilidade económica e aumentando o desperdício alimentar.

“O calor é horrível e torna-se uma questão de saúde pública”, considera a comerciante Ana Magalhães. Na sua opinião, os guarda-sóis por cima das bancadas “retiram o sol do produto, mas abafa-o, prejudicando a sua qualidade”. “Apesar das máquinas frigoríficas estarem a trabalhar ao máximo, tenho aqui várias caixas de vinho que rebentaram com o excesso de calor”, revela, acrescentando “temos um mercado belíssimo e uma estufa enorme”.

Juliana Miranda, proprietária de uma banca de frutos secos e legumes, partilha a mesma opinião. “O calor é horrível e a mercadoria estraga. Isto deveria ser um local fresco”, defende. Também a comerciante Maria Manuela Gomes diz que “o calor é o maior problema no mercado e que obriga a comprar em menos quantidade para garantir produtos com qualidade”.

Além da alta temperatura no interior do edifício, a falta de estacionamento é outro problema apontado pelo talhante José Peixoto e que, na sua opinião, “afeta” o negócio. “O edifício tem ótimas condições, mas ainda é preciso arranjar a cobertura, os guarda-sóis melhoraram, mas não é o suficiente, e se tivéssemos um parque de estacionamento, seria ainda melhor”, considera também Maria Isabel Gomes.

As flores de Liliana Carvalho também saem prejudicadas com o excesso de calor. “São um produto perecível, quase como os legumes, além disso, para fins comerciais vêm embaladas com plástico e o facto de não haver condicionamento de temperatura na banca dificulta bastante”, aponta, acrescentado que, “apesar de mudar muitas vezes a água, há flores que vão para o lixo”.

A RUM contactou a Câmara Municipal de Braga, mas, até ao momento, não obteve resposta.

Agosto já não é sinónimo de grande afluência ao Mercado Municipal de Braga


A RUM verificou ainda que, apesar de agosto já ter sido um mês de referência no que toca ao número de vendas, este ano, a faturação é igual ou inferior à registada em 2022.

Juliana Miranda revela que o mês está “muito mais fraco” do que no ano transato. “Dependíamos muito do emigrante e, este ano, o emigrante veio, mas não comprou. O verão já não significa mais faturação, mas confusão”, considera. 

Por sua vez, para Emília Rodrigues, proprietária de uma banca de frutas e legumes, a faturação está dentro do expectável, na medida em que, atualmente, “o número de vendas já não difere de mês para mês como no passado”. De acordo com a comerciante, os brasileiros residentes em Braga têm sido um forte contributo para a faturação. “Os emigrantes já não vêm às compras e se fôssemos a contar só com os nossos portugueses, já tínhamos ido à falência”, acrescenta.

Ana Magalhães revela que o mês está “muito mais fraco”. “A faturação nesta época tem vindo a decrescer nos últimos anos”, afirma. Maria Isabel Gomes partilha a mesma opinião. “Nem parece o mês de agosto. Os turistas e emigrantes entram, mas compram pouco”, refere.

Também na banca das flores de Liliana Carvalho, a faturação está “bem inferior” à registada em 2022. “As pessoas circulam mais, mas compram menos, principalmente as flores”, afirma.

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Catarina Martins
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