Da Sala Vermelha ao pavilhão: segunda fase da Cidade Desportiva está quase pronta

A obra ainda está em fase de acabamentos, mas a imponência do complexo já salta à vista. A nova loja do SC Braga e a zona de atendimento ao associado dão as boas-vindas à parte administrativa. É uma das cinco áreas funcionais da segunda fase da Cidade Desportiva, cuja inauguração acontece no dia 4 de setembro.
Este local divide-se por dois pisos, além do rés-do-chão: no primeiro sobressai a Sala Vermelha, numa alusão às cores do clube, que serve para receber convidados especiais, juntando-se o departamento de Estratégia & Inovação, os estúdios da NEXT, o canal de televisão, e um open space; no segundo surge o gabinete da presidência, a que acrescem salas de reuniões e espaços administrativos, que são comuns a ambos.
Ao longo do complexo – aos 5 mil metros quadrados que já existiam, juntam-se agora 25 mil metros quadrados, o equivalente a quase três campos de futebol -, não existem separações físicas, mas os acessos são controlados. Por exemplo, o pavilhão tem duas entradas e um acesso para pessoas com mobilidade condicionada.
Pavilhão “único em Portugal” acolhe todas as modalidades
O novo equipamento, cujo naming dependerá de um patrocinador, ainda por anunciar, situa-se na zona anteriormente reservada para a piscina olímpica. Além dos 8,5 milhões despendidos pela câmara municipal no espaço que nunca foi concluído, o SC Braga gastou 250 mil euros em demolições, antes de avançar para a construção. Para João Varanda, responsável pela obra, este é “o exemplo de um investimento público que andava perdido e que uma entidade privada conseguiu recuperar na íntegra”.
O pavilhão, também habilitado para receber espetáculos culturais, tendo em conta a sua acústica, pode ser dividido em três campos de treino, através de cortinas, dispondo de uma área de jogo de 2.500 metros quadrados. Além disso, as bancadas, uma ao nível do piso e outra mais elevada, podem acolher 1.400 espetadores, e haverá dois marcadores desportivos ledwall.
Fora do recinto de jogo, mas dentro do multiusos, existem um ginásio e um espaço dedicado ao boccia. O local está preparado para receber todas as modalidades do SC Braga, 13, uma caraterística que leva Luís Silva, responsável pelo conceito da Cidade Desportiva, a dizer que é “único em Portugal”.
Futebol profissional muda-se para a Cidade Desportiva
O terceiro espaço é dedicado ao futebol profissional (equipas A e B), com balneários – antes os atletas equipavam-se no Estádio Municipal -, um relvado para treino físico, ginásio, zonas de alimentação e de lazer, entre outras valências.
A vertente mental e motivacional não é esquecida, como atestam uma parede decorada com figuras do clube, assim como um ecrã que vai emitir mensagens personalizadas, quando os futebolista entrarem e saírem das instalações. “A experiência dos jogadores é fundamental e isto pode ter influência no treino e, mais tarde, na partida. Quando entram aqui, já estão em modo trabalho”, destaca Luís Silva.
Outra das valências que emerge na segunda etapa da Cidade Desportiva é a zona residencial, composta por 55 quartos e 120 camas. Servirá para estágios da equipa principal e para acolher atletas da formação.
Responsável pela obra destaca “sustentabilidade ambiental”
Para que esta fase do complexo fique terminado falta concluir o mini-estádio, dedicado à equipa B masculina e à principal feminina, que deverá estar pronto em 2024, e o museu do Sporting de Braga, previsto para o ano seguinte. O espaço museológico vai ficar integrado na quinta área funcional, subterrânea, a par do parque de estacionamento, com capacidade para 200 lugares.
Nessa zona, no piso -1 do edifício, como explica João Varanda, há “o aproveitamento de águas freáticas que permite regar todos os campos de futebol” (10 no total, que já vêm da primeira fase da Cidade Desportiva, embora com alguns ajustes). “Nos picos do verão pode chegar aos 500/600 litros por dia”, frisa, destacando a “sustentabilidade ambiental” associada.
Somando as duas fases, o SC Braga investiu 47 milhões de euros nas infraestruturas, que são praticamente coladas ao Estádio Municipal. Um dos próximos objetivos é implementar uma central fotovoltaica.
