Deslocalização de meio aéreo para Famalicão é uma decisão “errada e inesperada”

O presidente da Câmara de Braga lamenta e não entende a decisão do Governo em deslocalizar o Helicóptero Bombardeiro Ligeiro (HEBL) para o Centro de Meios Aéreos de Vila Nova de Famalicão.

Ricardo Rio considera que a opção afeta a eficácia do ataque inicial em incêndios, nomeadamente no que diz respeito à “área de cobertura em que este meio ligeiro intervinha, onde se incluem os concelhos limítrofes de Braga, que são particularmente suscetíveis de risco de incêndio, e onde se inclui até uma parte significativa do Parque Nacional da Peneda Gerês”.

À RUM, o autarca, que preside também a CIM Cávado, diz que a decisão é “inesperada e surpreendente, face aquilo que foi o contexto da apresentação original da distribuição dos meios”. Inicialmente, estava previsto que o Centro de Meios Aéreos de Braga acolhesse um meio aéreo ligeiro e outro pesado, para combate a incêndios. 

“A própria Câmara Municipal fez um investimento acrescido, por orientação das autoridades nacionais, para acolher em melhores condições este meio e agora fomos surpreendidos, na véspera do arranque deste dispositivo, com a deslocalização para Famalicão”, criticou Ricardo Rio.

A Câmara de Braga e a CIM Cávado já pediram esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna, no sentido de perceber qual é “a justificação para esta opção”, que, na ótica do autarca bracarense, “não só não é fundamentada, como é errada”. O presidente da Câmara de Braga considera ainda que esta opção está “desarticulada, ao contrário daquilo que seria desejável, com as estruturas regionais

e locais”.

O Plano de Operações Sub-Regional do Cávado do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, foi apresentado no passado mês de maio na Vila do Gerês e elencou os meios aéreos para os diferentes níveis de empenhamento operacional que estão disponíveis no centro de meio aéreos da sub-região do Cávado, localizado na freguesia de Palmeira, no município de Braga.

Em comunicado, a CIM Cávado explica que “esta deslocalização interfere diretamente com a raio de atuação, dos 40 km para o ataque inicial, no município de Esposende, mas sobretudo nos que estão localizados a norte da NUTS III Cávado em particular nas freguesias de Vila Verde e Terras de Bouro. “Estes municípios apresentam áreas extensas com suscetibilidade e perigosidade de incêndio rural elevado, e propicias a incêndios de grandes dimensões, o que contraria a meta do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, que pretende reduzir a percentagem dos incêndios com mais de 500ha, abaixo de 0,3% do total de incêndios”, acrescenta esta comunidade intermunicipal.

A RUM tentou obter esclarecimentos junto do Ministério da Administração Interna, que remete para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. 

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Liliana Oliveira
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