Provedora do estudante quer combater silêncio em relação ao assédio
Rede Portuguesa de Provedores do Estudante está a tentar chegar a um modelo comum para tratar esta problemática.
A provedora do estudante da Universidade do Minho acredita que o Governo e a reitoria estão mais abertos às reivindicações dos estudantes. Este ano, o tema das Monumentais Festas do Enterro da Gata são “A gata paga, mas bufa”. Durante a emissão especial da RUM, a partir do Cortejo Académico, esta quarta-feira, Rosa Vasconcelos sublinhou que, além do aumento dos custos com alojamento e mobilidade, outro dos flagelos que tem marcado a atualidade do ensino superior é o assédio.
Rosa Vasconcelos é, desde novembro de 2022, presidente da Rede Portuguesa de Provedores do Estudante. A responsável adianta que, a nível nacional, os provedores estão a trabalhar no sentido de chegar a um modelo comum para tratar esta problemática.
A Universidade do Minho vai lançar, nas próximas semanas, um novo canal para a denúncia de casos de assédio sexual, moral e de possível corrupção dentro da instituição. Este mecanismo será gerido por uma entidade externa, de modo a garantir que “os próprios responsáveis da universidade não têm poder para definir se uma denúncia é ou não válida”.
“Nem todas as universidades têm uma task-force, portanto, compete um bocadinho ao provedor o encaminhamento, o saber dizer ao aluno o que é que deverá fazer. Porque o assédio pode ser configurado como um crime. E o Ministério Público pode estar aqui também a ter um papel importante”, sublinha.
Rosa Vasconcelos frisa a necessidade de levar mais informação aos alunos para que possam identificar situações de assédio moral e/ou sexual.
Cerca de 3,5% dos estudantes da Universidade do Minho procura auxílio junto da provedoria. Números que estão em linha com anos anteriores.
Este ano, o reitor da UMinho autorizou a dispensa de aulas na tarde de quarta-feira e na manhã de quinta. Pela primeira vez, todos os conselhos pedagógicos concederam dispensa às avaliações.
