UMinho dinamiza comemorações do centenário do bracarense Salgado Zenha

Uma conferência, uma exposição e uma sessão solene da Assembleia Municipal de Braga. É desta forma que Francisco Salgado Zenha vai ser homenageado, a propósito do centenário do nascimento do antigo advogado e ministro bracarense. O programa foi apresentado, esta segunda-feira, no Largo do Paço da Universidade do Minho, em Braga.


As comemorações, organizadas pela academia minhota, em parceria com os órgãos autárquicos e com a Comissão Promotora da Homenagem aos Democratas de Braga, concentram-se no dia 2 de maio. Um dos destaques é a conferência ‘Os testemunhos necessários’, às 14h30, na Escola de Direito (EDUM), com as presenças de João Soares, que vai falar sobre ‘A intervenção cívica e política’, Daniel Proença de Carvalho (‘A advocacia’) e o sobrinho José Henrique Salgado Zenha (‘A vida pessoal’). O encerramento cabe à Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral.


A presidente da EDUM destaca a importância de contar com “intervenientes que tiveram uma ligação direita ou indireta a Salgado Zenha nas diferentes vertentes da sua vida”. Por outro lado, enaltece a presença da provedora, cargo “impulsionado” pelo homenageado quando foi ministro da Justiça. Cristina Dias adianta ainda que as comemorações dos 30 anos da Escola de Direito, agendadas para 15 de dezembro, também serão “marcadas” por referências ao ex-advogado bracarense.

Francisco Salgado Senha dá o nome à biblioteca da Escola de Direito da UMinho, que guarda o seu espólio bibliográfico e que foi inaugurada há 25 anos pelo na altura Presidente da República, Jorge Sampaio. A exposição ‘As páginas necessárias’ vai ser apresentada no dia das comemorações.

De acordo com o diretor dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, Eloy Rodrigues, a mostra divide-se por dois locais, ambos no Campus de Gualtar: a BGUM – Biblioteca Geral, que vai “acolher o espólio riquíssimo de 20 mil volumes que pertencia a Salgado Zenha”, doado à academia minhota; e a Escola de Direito, com “documentação de arquivo”.

A palavra “necessárias” é comum a essas duas iniciativas, algo que se baseia em ‘Reformas necessárias’, obra de Salgado Zenha lançada em 1988. A vice-presidente da Escola de Direito para a Interação com a Sociedade e Internacionalização, Flávia Noronha, justifica a escolha com a vontade de “criar uma designação com frases que tivessem significado na vida e obra” da personalidade. “O livro reflete sobre o que era ou é preciso mudar no país”, acrescenta.


Também presente na conferência de imprensa, o reitor Rui Vieira de Castro falou da relevância de Salgado Zenha para a região e para o país, “fundamental em todo o processo de luta contra o anterior regime, nomeadamente na defesa das pessoas perseguidas politicamente”, e que teve “um grande protagonismo na transição e consolidação da democracia”.

Sessão solene evoca primeiro presidente da Assembleia Municipal

Fora do espectro da academia, as comemorações do centenário contemplam a inauguração de uma placa evocativa do centenário, às 14h, no Largo da Senhora-a-Branca, onde nasceu, organizada pela autarquia, e uma sessão solene da Assembleia Municipal (AM), às 21h30, no Altice Forum. O homenageado foi o primeiro presidente desse órgão autárquico, entre 1977 e 1985. 


A atual detentora do cargo, Hortense Santos, descreve o programa como “digno e essencial”, destacando as intervenções de Palmeira Maciel, representante do PS na AM – atendendo ao passado político de Salgado Zenha -, de José Manuel Mendes, antigo deputado, e do sobrinho José Henrique Salgado Zenha. À distância, António Guterres, atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas e que também coincidiu com o homenageado na Assembleia da República, vai enviar uma mensagem.

A Presidência da República e a Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga também suportam a iniciativa. Paulo Sousa, um dos representantes do movimento, salienta a importância de assinalar o percurso de “uma das grandes figuras da democracia portuguesa”.

Francisco Salgado Zenha licenciou-se em Direito em Coimbra, onde presidiu à Associação Académica. Além de advogado, ocupou os cargos de ministro da Justiça e das Finanças no pós-25 de Abril. Faleceu aos 70 anos em Lisboa.

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Tiago Barquinha
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