Motociclista minhota torna-se na primeira mulher a participar no Nacional de Trial

Mariana Afonso fez história, este domingo, ao tornar-se na primeira mulher a competir na prova de TR1, a classe rainha do Campeonato Nacional de Trial, em motociclismo. Na estreia, em São João da Pesqueira, a vianense de 17 anos ficou na quarta e última posição.

Entrevistada na edição mais recente do RUM(O) Desportivo, a piloto da equipa italiana Fantic destaca a importância deste feito, garantindo que vai “trabalhar para obter o melhor desempenho possível”, e espera que “sirva de inspiração para outras mulheres não desistirem e lutarem”.


Num desporto em que existe uma maioria de praticantes do sexo masculino, confessa que, no início, teve de lidar com comentários negativos. “Por vezes, ouvia algumas bocas de pessoas que diziam que isto é um desporto de homens. Nunca me afetou porque é o que eu gosto e vou lutar sempre de igual para igual”, garante.


No ano passado, em TR2, a segunda principal prova de trial, Mariana foi vice-campeã nacional. Também presente no programa, o pai e treinador André Afonso confessa que a filha “podia ter continuado perfeitamente” nessa categoria e lutar pelo título, mas considera que, para a sua evolução, era preferível dar “um passo maior”.

“Sem duvida que nos vai saber melhor um terceiro ou quarto lugar na classe de elite”, frisa.


Mariana Afonso brilha também no enduro


A jovem vianense participa igualmente no Campeonato Nacional de Enduro e, ao fim de quatro de oito etapas, lidera na categoria de senhoras. Ao contrário do trial, há uma separação entre os sexos feminino e masculino em termos de classificação.

Tratando-se apenas do segundo ano nesta vertente, já que é necessária carta de condução de mota, Mariana admite que “não estava nada à espera de conseguir atingir o primeiro lugar nesta fase”. “Seria um sonho conquistar o título”, refere.

Mariana ganhou a terceira e quarta etapa do Campeonato Nacional de Enduro, em Tábua, depois de ter sido quarta classificada em Góis e terceira em Fafe. 


Olhando para a prova em solo minhoto, André Afonso lembra que a piloto contraiu uma entorse no pé esquerdo, na sequência de uma queda, logo na primeira especial. O pai e treinador recorda que a piloto estava com “imensas dores” e que “faltavam seis ou sete horas de competição”. “Sugeri que parasse, mas quis continuar e conseguiu chegar ao fim”, acrescenta.



Dakar é o sonho

Mariana encontra-se atualmente no 12º ano. O objetivo é conciliar o motociclismo com os estudos,

“se possível em Medicina”, até porque “o desporto é incerto”.

O sonho é chegar ao Rali Dakar, mas, antes disso, define André Afonso, o objetivo passa por colocar a filha no circuito mundial do motociclismo “dentro de dois ou três anos”. “Acho que tem potencial para levar a bandeira portuguesa ao lugar mais alto do pódio”, vaticina.

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Tiago Barquinha
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