“O desinvestimento na saúde começa na base da pirâmide: a formação”

A presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) defende que é “necessário investir na inovação, na tecnologia e na formação do corpo docente para o acompanhamento da mudança constante”.

Em declarações à RUM, Carolina Machado diz que o novo modelo de orçamento da instituição de ensino superior minhota “aumentou os problemas” daquela Unidade Orgânica. A dirigente fala de uma distribuição monetária “desproporcional às necessidades e exigências, que impede a progressão da formação e ameaça a qualidade”.

“O desinvestimento na saúde começa na base da pirâmide: a formação”, aponta, acrescentando que “o financiamento não é suficiente para a educação dos estudantes”. “Precisamos de inovação, precisamos de uma formação enquadrada nas necessidades da medicina do futuro e neste momento, com as limitações financeiras que temos, não estamos a formar os nossos estudantes. Neste momento estamos a conseguir assegurar a formação que prevíamos para este ano, mas é muito provável que num futuro próximo não consigamos assegurar a formação adequada e adaptada à medicina do futuro”, argumenta.

Segundo a dirigente, tendo em conta que quase 52% do orçamento está alocado a despesas de água e eletricidade, o investimento na aquisição de novas tecnologias fica comprometido.

“Não temos nada neste momento na nossa formação que nos consiga preparar para um futuro de inovação tecnológica na medicina. Mesmo a nível da prática ainda há muito onde podemos evoluir, seja no número de exames práticos, seja no número de competências que podemos adquirir ou na comunicação com o doente”, frisa, reiterando que “não há dinheiro suficiente para evoluir”.

Sobre o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Carolina Machado mostra-se “preocupada” com a redução do investimento que diz “limitar os projetos em desenvolvimento”. Na ótica da presidente, trata-se de um centro com “bastante prestígio”, com projetos de “muita qualidade e excelência”, algo que se torna difícil de manter com os “recursos limitados”.

“É preocupante termos a nossa formação tão limitada por valores que não estão previstos no orçamento e não conseguirmos evoluir por não termos capacidade para os comportar”, aponta.

Partilhe esta notícia
Catarina Martins
Catarina Martins

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Olhar de Lá e de Cá às 08:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv