Obra na praia fluvial de Crespos vai custar mais 300 mil euros

O executivo municipal de Braga aprovou, esta segunda-feira, o concurso para novo lançamento de empreitada para a praia fluvial de Crespos [Cavadinho], cujo valor base é de 840.431 euros, 300 mil euros acima do primeiro concurso, lançado em 2018, mas cujo promotor vencedor abandonou o projeto. O anterior empreiteiro alegou que teria um prejuízo “de mais de duzentos mil euros” se desenvolvesse o projeto solicitado por força da escalada de preços, primeiro com a pandemia, depois com a guerra na Ucrânia. Com alguma obra feita, os serviços municipais negociaram os valores com a empresa que desistiu, mas o assunto mereceu críticas da oposição, nomeadamente do Partido Socialista.

A empreitada prevê a construção de um edifício de apoio à praia fluvial, um parque de estacionamento automóvel e uma rede de acesso automóvel e pedonal. A maioria espera concluir a obra no decorrer de 2023 para que todos os equipamentos fiquem acessíveis no arranque da época balnear de 2024.

Segundo o vereador do Ambiente, Altino Bessa, o vencedor do concurso anterior começou a fazer a obra “já a custo, com grande pressão” da autarquia. “A obra tem muita madeira e muito ferro e os valores eram insuficientes”. A obra, recorde-se, foi lançada antes da pandemia.

A situação levantou críticas no lado da oposição com os socialistas a discordarem, uma vez mais, da gestão do dossier de concursos públicos por parte da atual maioria. Artur Feio afirma que a população de “Braga está a ser prejudicada”. “O município faz um acordo de cavalheiros e termina a relação contratual comb este empreiteiro, mas em bom rigor somos nós e a cidade em geral que acaba ficar sem o benefício destas obras, que são necessárias e valorizam os espaços”, atira. 

Altino Bessa afirma que a avaliação para lançamento de concurso é da responsabilidade do gabinete técnico da autarquia e assinala a escalada de preços desde 2018 até aqui para justificar o arrastar do processo. Admitindo que a diferença de valores “é de mais de trezentos mil euros” face ao último concurso, o vereador assegura que não vai contrariar o valor do projetista. “Não sou eu que vou colocar um valor superior ao que o projetista faz para a obra. Temos estes constrangimentos e é uma questão dos timmings. Os preços dispararam em tudo”, argumenta. Justificações que os socialistas não acolhem. Artur Feio considera “assustador” que o vereador “empurre a responsabilidade para os técnicos”e  denota “falta de liderança” no seio municipal.

CDU quer saber se existiram fundos comunitários para aquele local

A CDU defende a valorização de toda aquela zona, mas quer saber o que aconteceu a uma eventual requalificação daquele local à responsabilidade da CIM Cávado, através de fundos comunitários. A vereadora Bárbara de Barros lembra que no local existia uma placa, com data de 2011, para uma requalificação daquele local, num concurso a fundos comunitários. “Já na altura questionei esta maioria sobre esses fundos comunitários. Vamos encaminhar um pedido para que possa ser a CIM Cávado a esclarecer se houve realmente fundos comunitários”, acrescentou.

No decorrer da discussão, Altino Bessa explicou que se tratou de “um engano” já que “nunca houve financiamento para aquelas praias”. “Não sei se foi em 2019, num ato eleitoral que foram lá fazer um número político de uma coisa que não tinha projeto, não tinha absolutamente nada. Tinha apenas uma placa que lá meteram”, atirou, numa numa indireta aos socialistas.

Na próxima época balnear a Praia Fluvial do Cavadinho estará em funcionamento. O município de Braga pretende lançar também uma candidatura a bandeira azul. 

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Elsa Moura
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Abel Duarte
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