TechPack. Embalagens sabem quando a comida está degradada e controlam temperatura

Uma embalagem de cartão que consegue detetar a degradação dos alimentos, controlar a temperatura durante o transporte e partilhar a sua localização. Este é o resultado do projeto TechPack, desenvolvido pela Fibrenamics em parceria com a empresa José Neves.
Em entrevista ao UMinho I&D, o project manager do TechPack, Luís Nobre, explica que esta transformação, de materiais passivos em ativos, é possível graças à utilização de tintas aditivas com partículas condutoras à base de carbono.
Ora, no caso das mudanças de temperatura são utilizadas “tintas irreversíveis”, de modo a que o transportador ou destinatário final consiga, através de uma etiqueta, perceber que o alimento da caixa sofreu variações de temperatura ao longo do trajeto.
No caso dos alimentos deteriorados, são utilizados “pigmentos alocrómicos” que permitem saber quando existe uma alteração do PH, na embalagem. Mais uma vez, a etiqueta altera a sua cor com o intuito de facilitar a interpretação do recetor.
Por último, são instaladas em todas as embalagens de cartão, no processo de impressão, sistemas de “RFID”, que permitem a rastreabilidade dos pacotes.
Neste momento, esta solução está a ser utilizada pela empresa José Neves, líder no mercado na oferta de soluções de embalagens para diversas indústrias e setores, contudo, esta solução “versátil”, pode vir a ser utilizada no dia-a-dia do consumidor ou em supermercados.
Por ano, estima-se que 600 milhões de pessoas adoeçam devido a alimentos contaminados. Em 2019, segundo dados das Nações Unidas, foram produzidos 931 milhões de toneladas de resíduos alimentares.
Questionado sobre a segurança desta solução, o investigador garante que não existem riscos para o utilizador ou para o ambiente, visto que todos os sistemas, à escala nano, utilizados estão encapsulados.
