PS diz que falta de estratégia está a levar empresas a abandonar Braga

O líder do PS Braga acusa a Câmara Municipal de não ter uma visão estruturada para o desenvolvimento empresarial do concelho. Os socialistas estiveram reunidos com a Associação Empresarial de Braga e lamentam a falta de investimento nas áreas empresariais do concelho.

Segundo Pedro Sousa, “dezenas de empresários” têm abandonado Braga, por não ter condições para expandir os seus negócios. “Só no Parque Industrial de Adaúfe, no último ano, foram sete as empresas que, não conseguindo expandir as suas unidades ou instalar novas unidades de negócio, procuraram outros concelhos, porque não encontram em Braga espaços de acolhimento empresarial”, afirmou em entrevista à RUM.

O presidente da concelhia de Braga do PS lamenta que a maioria de direita, liderada por Ricardo Rio, não tenha resolvido o problema, que estava no programa eleitoral em 2023 e 2017. “Na última revisão de PDM nada foi feito, Braga continua sem novos espaços no horizonte de acolhimento empresarial e está hoje a perder empresas que se vão fixar em concelhos que ficam muito a dever à dimensão e àquilo que deveria ser a dinâmica de um concelho com a escala e com a força que Braga representa”, frisou.

Para Pedro Sousa, “mais do que as ações de charme, mais do que trazer os embaixadores dos diferentes países e promover Braga, mais do que criar uma marca com os embaixadores empresariais, em que se chamam as maiores empresas, é preciso ter condições para que as empresas que já se encontram instaladas no concelho possam ter projetos de expansão e modernização”. O socialista diz ser “uma responsabilidade da exclusiva competência da Câmara Municipal” criar condições para acolher as empresas que procuram Braga, impulsionadas pela localização estratégia ou pela presença da Universidade do Minho.

O PS Braga aponta ainda o Município de Famalicão como um bom exemplo, por ter “bolsas de terrenos para o acolhimento de empresas, que isenta os empresários de taxas na construção ou que os isenta de derrama durante cinco anos”. Em Braga, acrescenta, “não há uma estratégia para ter um verdadeiro cluster industrial”.

“Por cada empresa que sai é cada empresa que entra”, garante Rio

Contactado pela RUM, o presidente do Município, Ricardo Rio, entende que “a Câmara não tem que ser um promotor imobiliário e comprar terrenos a preços especulativos para depois os colocar no mercado a custos reduzidos para acolhimento de empresas”. O autarca diz ainda que “uma empresa que se instale em Vila Verde é a uma empresa que serve os interesses de Braga, porque vai contratar pessoas de Braga e vai gerar riqueza para toda a região”. 

“A Câmara vai criando condições para que novos projetos empresariais se instalem e há aí muitos terrenos que até do ponto de vista urbanístico estão em condições para que sejam desenvolvidas novas unidades empresariais, mas não tem que ser a Câmara Municipal a criar novos parques empresariais, pelo contrário, temos colaborado com todos aqueles que existem, requalificando-os, para atrair cada vez mais empresas para lá”, explicou.

Ricardo Rio nega que haja muitas empresas a sair de Braga e garante que “por cada empresa que sai é cada empresa que entra”. “Não há, de todo, nenhuma perda líquida de empresas no concelho. Pode haver empresas que por um processo de expansão optem por sair, mas têm sido muitas mais aquelas que aqui se têm instalado. Todos os dias temos pedido para a instalação de novas empresas e, portanto, é um saldo claramente positivo aquele que se tem registrado ano após ano”.

PS teme que aconteça em Braga o que aconteceu em Lisboa com habitação ilegal

Na reunião com a AEB, terá sido ainda abordada a questão de vários imigrantes estarem a viver em “lojas de centros comerciais de primeira geração, que naturalmente não estão licenciadas para a utilização habitacional”.

“Este problema está hoje já identificado em Braga, em locais como o Centro Comercial de São Lázaro ou as Galerias Lafayette, e já movemos diligências de alerta junto da Câmara Municipal e do Centro Social de Segurança Social”, adiantou o socialista.

Pedro Sousa teme que aconteça em Braga aquilo que aconteceu em Lisboa, “com o deflagrar de um incêndio num desses espaços, porque, se são utilizados como casas, naturalmente que as pessoas aí cozinham e as lojas não estão preparadas para isso”.

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Liliana Oliveira
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