Enfermeiros do Hospital de Braga em greve. Adesão ronda os 58% esta terça-feira

Os enfermeiros do Hospital de Braga começaram, esta terça-feira, uma greve, que se prolonga até ao final de quarta-feira. Segundo o do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), durante a manhã, a adesão rondou os 58%. Várias consultas não se realizaram e algumas cirurgias não urgentes terão sido canceladas.
Os profissionais de saúde exigem a vinculação dos enfermeiros que ainda são precários e o pagamento de retroativos desde 2018. No Hospital de Braga, em particular, Guadalupe Simões, do SEP, denuncia que 150 profissionais de saúde “tiveram de trabalhar 10 anos para terem um aumento de oito euros”.
“A lei geral determina que em cada uma das progressões, se o aumento salarial for igual ou inferior a 28 euros, a progressão tem que se fazer para o escalão imediatamente a seguir. Neste caso, estes enfermeiros gastaram 10 pontos para ter uma valorização salarial de oito euros”, aponta.
Além disso, a administração do Hospital de Braga não está a contabilizar o tempo de trabalho em vínculo precário. Segundo a sindicalista, “os enfermeiros foram admitidos com contratos a termo incerto e que, ao final de um ano e meio, fizeram um contrato definitivo, um contrato individual de trabalho por tempo indeterminado”. “As orientações do Ministério da Saúde apontam para que o tempo em vínculo precário, em situações como esta, seja contabilizado”, sublinha Guadalupe Simões, denunciando que “a administração teima em não querer considerar esse tempo”.
Denise Salsa, enfermeira no Hospital de Braga há cerca de 15 anos, denuncia que, para seu “espanto”, apenas obteve 10 pontos da contabilização realizada o que corresponde a 8 euros de aumento, quando deveria de ter passado para o escalão seguinte. A enfermeira fala de uma situação “injusta e altamente gravosa” que afeta as “expectativas e também o trabalho desenvolvido diariamente na instituição”.
Contactado pela RUM, o conselho de administração do Hospital de Braga esclarece que “tem reunido regularmente com os representantes do SEP – Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, auscultando as suas preocupações e reivindicações e procurando cooperar no sentido de serem alcançadas as melhores soluções que, consequentemente, contribuam para a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes”.
A administração lamenta ainda os transtornos causados com a realização da greve e apela à compreensão dos utentes.
