Serviços mínimos decretados pelo Governo estão “a criar ainda mais entusiasmo”

Em dia de greve nacional, cerca de duas centenas de professores do concelho de Barcelos concentram-se esta tarde, no centro da cidade, para reivindicar ao Governo, mais uma vez, melhores condições de trabalho e salariais e, sobretudo, a recuperação de todo o tempo de serviço que esteve congelado. Além disso, a luta “intensificou-se”, a partir do momento que o executivo liderado por António Costa decretou serviços mínimos nas escolas.
José Maria Cardoso, professor e coordenador da distrital de Braga do Bloco de Esquerda, diz que “não há qualquer vontade política da parte do Governo em responder às expectativas dos professores”. “Foram decretados serviços mínimos de uma forma inconstitucional, porque na realidade não estão previstos serviços mínimos para estas situações e, por isso, há aí algo que ultrapassa a própria luta de professores, que entra num campo diferente”, afirmou em entrevista à RUM.
O docente considera que em causa está “um ataque à democracia e às conquistas de Abril”. “Se a intenção do Governo era criar constrangimentos e em certa medida nos fazer temer algum tipo de procedimento, na verdade, o que acontece é que está a criar ainda mais entusiasmo no processo de reivindicação que estamos a levar a cabo e que tem sido exemplar”, frisou.
A atividade profissional, garante o elemento da comissão organizadora, denominada “Professores de Barcelos em Luta”, “não está a ser posta em causa”. José Maria Cardoso critica o Governo por ter imposto serviços mínimos, sem “nenhum dado, nem nenhum estudo, que mostre que há algo a dificultar a aprendizagem dos alunos”. “Não houve nenhum cuidado em perceber quais são os reais impactos que as greves têm nos últimos tempos”, finalizou.
Em Barcelos, foi criada uma plataforma para mobilizar os professores para os protestos. Esta quinta-feira, cerca de 200 docentes concentram-se no Largo da Porta Nova.
