Oposição diz que “Guimarães está estagnado” mas Bragança fala em “pujança e atratividade”

A coligação Juntos por Guimarães criticou, esta quinta-feira, em sede de reunião de Câmara, a falta de espaços para a instalação de empresas no concelho. Em causa, disse o vereador da oposição Bruno Fernandes, pode estar a competitividade de Guimarães face a outros concelhos vizinhos.
“Sentimos todos os dias que o município não está a dar uma resposta cabal naquilo que é a disponibilidade de áreas de acolhimento empresarial, para que as empresas e a captação de investimento externo promovam o desenvolvimento do concelho”, apontou o social democrata.
Bruno Fernandes manifestou-se preocupado com o facto de, por exemplo, não haver disponibilidade de uma área de quatro ou cinco hectares para a instalação de multinacional em Guimarães. Uma questão desde logo desmistificada pelo presidente da Câmara, Domingos Bragança, que garante que Guimarães tem, no imediato, “60 a 70 hectares disponíveis”.
A resposta não convence Bruno Fernandes que considera que “as questões do Plano Diretor Municipal ou a especulação imobiliária” são “um mito”, apontando a inexistência de “uma solução para esta problemática”.
“O desenvolvimento dos territórios faz-se com pessoas, empresas, instituições e todas elas têm que ter neste território uma resposta para as suas necessidades. Não podemos queixar-nos que os jovens vão procurar casa ou emprego fora do concelho, se não temos respostas ao nível da habitação e áreas de acolhimento empresarial”, exemplificou o vereador, que diz sentir “inveja” dos municípios que têm um “plano claro” nesta área.
O social democrata aponta ainda como exemplo alguns concelhos a Norte do Porto, que têm apostado “na disponibilização de áreas para que as empresas se fixem e vão arrastando novos residentes, investimentos, comércio e habitação”. “Ao nível do desenvolvimento económico, Guimarães está estagnado”, frisou.
Também aqui a visão de Domingos Bragança é outra: “Guimarães é invejado por outros concelhos”. O autarca destacou “a pujança do tecido económico de Guimarães e a atratividade do município”.
Câmara quer aumentar oferta de terrenos para fazer os preços baixar
O problema, na visão do socialista, não é a falta de terremos, porque há, no concelho, “áreas para a localização industrial” o problema é a especulação em torno dos mesmos.
“A Câmara está a trabalhar para disponibilizar mais áreas, na zona sul do concelho, desde Lordelo, Moreira, Gandarela, Serzedelo e Guardizela, para que haja mais oferta de terrenos e faça baixar os preços”, explicou.
O autarca nega também as críticas da oposição quanto ao desenvolvimento económico do concelho, frisando que “Guimarães tem crescido do ponto de vista da economia industrial”. “O território de Guimarães é muito atrativo e procurado”, acrescentou.
Bragança explicou ainda que, à boleia da revisão do PDM, há já cerca de dez propostas de proprietários disponíveis para propor à Câmara a passagem de terrenos de reserva, em zonas indicadas para expansão, para a instalação de zonas industriais ou de habitação. Para já, as propostas representam cerca de 100 hectares.
O autarca deu ainda o exemplo de uma fábrica que, neste momento, está instalada em Azurém, junto à Universidade do Minho, e que a autarquia pretende deslocalizá-la para uma zona industrial, aproveitando “aqueles terrenos para a expansão da cidade naquela zona tão sensível e importante”.
