UMinho: Projeto Lusitano vai criar 354 postos de trabalho

O projeto “Lusitano” vai ajudar a criar 354 postos de trabalho diretos, dos quais 45 serão altamente qualificados. Orçado em 120 milhões de euros, este trabalho envolve 17 parceiros dos quais 13 são empresas como a Riopele de Vila Nova de Famalicão e um consórcio de universidades, desde logo, a Universidade do Minho. O projeto faz parte da Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial já contrata ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência.

Em entrevista ao UMinho I&D, Raul Fangueiro, investigador do 2C2T – Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e presidente da Associação Fibrenamics, revela que a maioria das vagas serão abertas graças à nova fiação que será criada no país. A maioria das vagas serão ligadas às áreas do têxtil, biotecnologia e engenharia química.

O grande objetivo do projeto passa por promover uma economia verdadeiramente circular no setor têxtil, visto que “grande parte dos produtos têxteis, em final de ciclo de vida não são reutilizados”. Para colmatar esse problema, a Fibrenamics pretende extrair novamente as fibras de peças, a título de exemplo, de vestuário, separar as mesmas e introduzir esse material novamente. “Uma verdadeira economia circular”, afirma.

Outro dos caminhos, em que a Fibrenamics tem uma grande tradição, passa por substituir fibras não naturais como o poliéster por alternativas naturais como o linho e cânhamo. “Trata-se do cruzamento entre o setor agrícola e têxtil. Neste momento a produção não é suficiente para alimentar a indústria, mas podemos suprir várias necessidades. No caso do ananás e da banana, têm maior expressão nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, respetivamente”, explica.

Questionado sobre se o preço para o consumidor final será competitivo com opções menos verdes, Raul Fangueiro defende a necessidade de “educar o consumidor” para fazer “escolhas responsáveis”.

“No início o preço será mais alto”, visto que os processos são novos e estão pouco implantados. O investigador frisa a importância das políticas públicas nesta matéria, pois “não serão as Agendas Mobilizadoras, só por si, que irão conseguir resolver esta questão”.

De 20 a 21 de junho, a UMinho está a organizar uma conferência internacional sobre fibras naturais que terá lugar na Madeira.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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