“Com esta subida de preços na habitação é provável que as pessoas tenham que viver em tendas”

“Com esta subida de preços na habitação é provável que as pessoas tenham que viver em tendas”. E, em jeito de protesto, foram instaladas tendas, no Largo de São Francisco, no centro da cidade de Braga, esta quinta-feira, dia em que o Governo dedica o conselho de ministros exclusivamente a matérias de habitação. Cerca de duas dezenas de pessoas associaram-se ao protesto, promovido pelo movimento “Os Mesmos de Sempre a Pagar”.

Cândido Almeida, porta-voz deste movimento, considera que com o aumento das prestações e das rendas, alguns bracarenses vão mesmo acabar a viver na rua.

“Há pessoas que já perderam as suas casas, porque não conseguiram pagar. Por exemplo, um jovem casal com uma prestação de 400 euros hoje estará a pagar 600 ou 700 euros. Se não tiverem um orçamento folgado, não tiverem retaguarda ou tiverem contratos de trabalho precários, não vejo que existam grandes soluções a não ser ficar em situação de sem-abrigo”, apontou o representante.

Este grupo de cidadão pede ao Governo “medidas concretas de apoio e aumentos salariais”, para fazer face às dificuldades sentidas pelos portugueses, neste momento.

“Gostaríamos que o Governo tivesse a coragem para ajudar quem tem que pagar as taxas impostas pelo Banco Central Europeu e refiro-me aos grandes grupos económicos e à banca”, acrescentou.

Cândido Almeida lamenta que em alguns casos os “empréstimos de crédito à habitação tenham aumentado 200 a 300 euros”. Além disso, para além das dificuldades em encontrar casas para alugar em Braga, o representante destaca os preços elevadíssimos: “Há T0 e T1 com rendas acima do salário mínimo nacional”.

No dia em que o Conselho de ministros é dedicado à habitação, cerca de duas dezenas de pessoas protestaram em Braga, contra o aumento das rendas e dos empréstimos. O movimento “Os Mesmos de Sempre a Pagar” pedem medidas concretas de apoio ao Governo.