“O ministério quer concluir o processo negocial, mas para os professores ainda não vai a meio”

Cerca de 20 professores do Conservatório de Música Gulbenkian, em Braga, concentraram-se, esta quarta-feira, ao início da tarde, para pedir melhores condições para o setor. No dia em que retomaram as negociações entre os sindicatos e o Ministério da Educação, os docentes protestaram à porta de vários estabelecimentos de ensino do país.

Helena Queirós, porta-voz da manifestação que decorreu na escola artística bracarense, exige que “o diálogo com os professores seja respeitado”, lamentando o comportamento da tutela. “Tivemos acesso à informação de que o ministério quer concluir já esta semana o processo negocial, mas para nós ainda nem sequer vai a meio e não estamos contentes com ele”, frisa.

Presente no protesto, Lurdes Veiga, dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, critica o facto de os documentos relativos à reunião desta quarta-feira terem sido entregue menos de 24 horas antes. Não acreditando no sucesso das conversações desta semana – há outra sessão marcada para sexta-feira -, antecipa “uma negociação suplementar”.

No topo das prioridades está a contabilização do tempo de serviço. Helena Queirós, que dá aulas no Conservatório Gulbenkian há 20 anos, considera que um dos motivos para a “revolta” é o facto de “não haver milhões de euros para os professores, mas existirem para algumas instituições privadas”. Lurdes Veiga acrescenta a necessidade de terminar com as cotas e vagas para efeitos de progressão na carreira e de reforçar a vinculação dos professores às escolas, de modo a dar “estabilidade”.

Ao contrário de outros, desta vez, o protesto não teve impacto na atividade letiva. Helena Queirós explica que a manifestação, em que imperou a palavra «respeito», foi feita na pausa para almoço. “Eu vou dar todas as minhas aulas, mas estamos aqui, no nosso tempo não letivo, para sinalizar que eles querem acabar com a negociação, mas nós exigimos que a negociação continue”, finaliza.