ABIC teme agravamento da precariedade junto dos bolseiros
A ABIC – Associação dos Bolseiros de Investigação – teme um agravamento da precariedade junto dos bolseiros de investigação. O alerta é deixado aos microfones da RUM pela presidente da ABIC, Bárbara Carvalho, que sublinhou a intransigência do Ministério da Ciência e da FCT, na última reunião que teve lugar na passada segunda-feira, no sentido de acabar com o estatuto do bolseiro de investigação e aumento do valor das bolsas para além dos 55 euros já anunciados.
“Vamos batalhar por políticas públicas que combatam a precariedade”, afirma. A responsável diz estar preocupada com o facto de terem sido anunciadas 450 bolsas de doutoramento para ambiente não académico, ou seja, na ótica da ABIC, a tutela está a “reforçar a precariedade” a outros setores. “Esperamos conseguir reverter esta decisão”, adianta à Universitária.
Também ainda não foi desta que a tutela respondeu de forma positiva à reivindicação da ABIC no sentido de colocar um ponto final no estatuto dos bolseiros de investigação. Bárbara Carvalho garante que vários países da Europa já possuem contratos de trabalho para estes profissionais. “Não nos serve, pois não garante os mais básicos direitos laborais como o direito ao subsídio de desemprego, férias ou natal”, sustenta.
Por outro lado, foi novamente assumido o compromisso, da parte do Ministério, no sentido de permitir a elegibilidade das despesas de propinas no âmbito de projetos de investigação. Outro tema que esteve em cima da mesa, está relacionado com o pagamento integral das bolsas a bolseiros em licença parental. Em breve, deverá ser criado um mecanismo que garanta esse pagamento.
Esta quinta-feira, os bolseiros concentraram-se no Porto e em Lisboa, com o intuito de lutar pela integração nas carreiras, fim do estatuto do bolseiros e dignificação das profissões.
