Braga “tem uma expressão importante” na luta contra as alterações climáticas

Portugal tem 275 grupos a participar em ativismo climático, 68 estão focados no tema, 105 incluem as alterações climáticas na área de ação, enquanto 102 apoiam algum tipo de ativismo climático, como subscrever um manifesto.
As conclusões estão num estudo do projeto científico ‘JUSTFUTURES – Futuros Climáticos e Transformações Justas: Narrativas e Imaginários Políticos dos Jovens’, coordenado por Anabela Carvalho, professora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho.
“Há uma mobilização bastante interessante e expressiva na sociedade portuguesa, muitos grupos envolvem jovens e isso também é um sinal de vitalidade”, realça à RUM a investigadora. “Lisboa e Porto, as cidades maiores, têm mais grupos ativos. Braga tem uma expressão importante, mas o curioso é que em todos os distritos há grupos a trabalhar nestas questões, portanto mesmo aqueles que têm uma densidade demográfica menor e que estão mais longe dos centros de poder e de decisão estão envolvidos e a trabalhar no sentido de chamar a atenção e de fazer mudança neste campo”, revela.
O relatório identifica os grupos que participam em diferentes formas de ativismo climático no país, revelando a sua distribuição geográfica, bem como a sua tipologia, escala de ação, áreas e formas de ação e campanhas. Trata-se da primeira vez que se faz este tipo de levantamento. As principais formas de ação têm sido protestos, manifestações, ativismo digital, performances artísticas, ações de sensibilização e formação, petições e interações com a política institucional.
Anabela Carvalho espera no futuro identificar ferramentas que possam ajudar os grupos na luta contra as alterações climáticas. “O projeto ainda está numa fase relativamente inicial, esperamos que daqui para a frente possamos identificar alguns aspetos interessantes do ponto de vista de investigação, mas também algumas ferramentas ao nível da comunicação para que possam ajudar os jovens a terem voz de uma forma democrática e inclusiva”, admite.
O projeto conta ainda com a participação de investigadores do ISCTE do Instituto Universitário de Lisboa e da Universidade do Porto, sendo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
