CIM Cávado é “bom exemplo para o país”, mas ainda é pouco ouvida por Lisboa

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado é “um bom exemplo para o país” face ao trabalho que uma estrutura desta natureza pode fazer com o objetivo de desenvolver e equilibrar concelhos com caraterísticas tão distintas. A opinião de Ricardo Rio, presidente da CIM Cávado, foi partilhada este domingo no novo programa da RUM, Territórios Comuns.
“A CIM tem dado um contributo muito importante para a região. Fomos um exemplo bom no país naquilo que uma comunidade intermunicipal pode fazer”, começa por defender o autarca de Braga, ao mesmo tempo que realça o trabalho dos vereadores e técnicos dos diferentes pelouros nos municípios na promoção e desenvolvimento de “projetos conjuntos que beneficiam todo o território”.
Ainda assim, numa análise ao que se faz e ao que fica por fazer, Ricardo Rio lamenta “alguma incapacidade” para fazer valer propostas em sede de fundos comunitários, dando como exemplo recente o PRR em que as CIM foram ouvidas, mas as propostas e sugestões apresentadas de pouco ou nada valeram. Diz que, ainda que tenham sido contactados, as sugestões e apelos ficaram “aquém” das expetativas.
O primeiro programa contou também com Júlia Fernandes, presidente do município de Vila Verde. Uma defensora assumida do trabalho em rede e do impacto da UE no dia-a-dia das populações, no Territórios Comuns, a autarca social democrata referiu que o trabalho feito em articulação entre estes municípios tem trazido “resultados muito positivos” também para os vilaverdenses.
Quanto ao quadro Portugal 2030, Júlia Fernandes assegura que Vila Verde vai trabalhar para assegurar todo o financiamento comunitário possível.
“Não somos um país rico, não somos uma região rica, e temos mesmo que aproveitar tudo aquilo que tivermos ao nosso dispor e tudo aquilo a que temos direito”, afiança.
“Um aviso dedicado para a concretização da ecovia do Cávado seria a melhor notícia do próximo quadro regional”
Plenamente confiante de que o território composto pelos concelhos da CIM Cávado será “melhor” daqui a oito anos, mesmo que nem todos os investimentos concretizados correspondam a todas as ambições, Ricardo Rio vê a aposta nos recursos naturais como essencial para o desenvolvimento do turismo, de forma particular neste novo quadro de apoio até 2030.
“É importante que haja essa valorização, não só das especificidades deste território, mas do seu enormíssimo potencial. O potencial natural e turístico deste território deve ser valorizado”, sublinha também o responsável da CIM Cávado, que pede um aviso dedicado para a concretização da ecovia do rio Cávado.
