UMinho está a desenvolver pensos que mudam de cor perante infeção
A Universidade do Minho está a desenvolver pensos que mudam de cor perante uma infeção na pele. O ´Medcor`, financiado em 250 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), está a analisar polímeros naturais encontrados, por exemplo, em moléculas de cascas de camarões e algas para tratar feridas crónicas ou persistentes responsáveis por 5% das mortes dos pacientes.
A investigação é coordenada pelo professor associado do departamento de Engenharia Têxtil, Andrea Zille, em parceria com o departamento de Química da UMinho e a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. O investigador do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil (2c2t) acredita que este pode ser o caminho para fazer face à resistência aos antibióticos.
Aos microfones do UMinho I&D, Andrea Zille explica que as propriedades halocrómicas, ou seja, a mudança de cor do penso, é ativada a partir do momento que existe uma alteração do pH da pele, o que irá indicar o desenvolvimento de uma infeção. “Caso a pele esteja saudável o penso não muda de cor nem se degrada”, avança. Caso o penso mude a sua cor inicial será indicador do aparecimento de uma infeção o que irá resultar na “degradação do penso e início da atuação dos antimicrobianos e antifúngicos”.
Contudo, a inovação, assim como a vida útil do penso, não ficará por aqui. Os investigadores conseguiram “reverter” o efeito halocrómico, isto é, se existir uma evolução positiva da ferida depois da atuação dos antibacterianos o penso voltará à sua cor inicial. Andrea Zille revela à RUM que os resultados obtidos até ao momento são promissores.
O investigador alerta para a necessidade, mesmo assim, de proceder à mudança do penso, visto que a pele com uma ferida tem “material morto” e “infecioso” que tem de ser limpo.
O “MEDCOR” termina em 2024, sendo que a equipa de investigadores pretende dar continuidade ao estudo, nomeadamente, com testes em animais e uma parceria com a Escola de Medicina da UMinho.
