“A pandemia mostrou o impacto social e económico da ciência aberta”

Madalena Alves, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) considera a ciência aberta um dos temas fortes que exige mais discussão no seio da comunidade científica, nos dias de hoje, em Portugal.
Na manhã desta terça-feira, na abertura da conferência organizada pela FCT, ‘Ciência Aberta, Repositórios e Biblioteca On-line’, que decorreu na UMinho, a nova presidente da FCT assinalou o impacto que a ciência aberta pode ter no dia-a-dia da própria comunidade.
Referindo que a ciência aberta “amplia o reconhecimento do impacto social e económico da ciência”, a nova presidente da FCT lembrou que “durante a pandemia foi a partilha de dados e de ideias, aliados à conjugação de esforços que aceleraram a produção e transferência de conhecimento para o combate à doença”. A também professora catedrática da UMinho diz que com a covid-19, “o Mundo inteiro sentiu a importância da partilha e da abertura da ciência”.
Defendendo que a ciência aberta “é uma mudança de paradigma de comunicação e publicação reforçando o conceito de responsabilidade social e científica”, a presidente da FCT recordou o caminho que tem sido percorrido neste sentido. “Desde 2014 a FCT tem vindo a implementar políticas de acesso aberto que englobam regras e recomendações de acesso livre e online a dados de investigação científica financiados pela FCT”, lembrou. Também o Plano S foi referido pela investigadora da UMinho, já que visa “assegurar que todas as publicações resultantes da investigação financiada através de fundos públicos sejam publicadas em revistas ou plataformas de acesso aberto, ou tornadas disponíveis através de repositórios de acesso aberto sem embargo”.
No entanto, admite a investigadora, o trabalho desenvolvido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia pela defesa da ciência aberta exige outros desafios, nomeadamente processos de negociação com editores tendo em vista contratos que garantam a publicação em acesso aberto sem custos adicionais.
No auditório do campus de Gualtar, dezenas de docentes e investigadores assistiram ao debate de ideias. Esta 7ª conferência organizada pela FCT no âmbito dos seus 25 anos focou a ciência aberta, repositórios e bibliotecas on-line. A próxima acontece em Bragança, no início do mês de setembro.
