“Não podemos ter lojas fechadas com ruas cheias de gente”

O novo presidente da Associação Empresarial de Braga (AEB), Daniel Vilaça, considera que está na hora de o comércio se adaptar à dinâmica da cidade, ainda que reconheça que em muitas situações, os lojistas não têm capacidade para tal.

Esta terça-feira à noite, em entrevista ao Campus Verbal, na RUM, Daniel Vilaça referiu que os lojistas precisam de estar sintonizados com os grandes eventos da cidade. Reconhecendo que a sua visão “pode chocar”, o jovem empresário defende que é essencial uma adaptação. “Nós temos que nos adaptar aos horários. Quando temos a cidade cheia de gente, as lojas estão encerradas. Os lojistas precisam de estar muito ligados à agenda cultural. Não podemos ter um dia de São João com todas as lojas encerradas e a cidade cheia de gente”, exemplifica.

O novo presidente da AEB entende que alguns negócios continuam a ser geridos “como há vinte anos”, e por essa razão sugere uma mudança de “mentalidades”, e, em determinadas situações, o encerramento de um estabelecimento durante a manhã. “Faz mais sentido do que estar encerrado à noite, quando está a cidade cheia de gente”, justifica.

No entanto, Daniel Vilaça reconhece que as circunstâncias dos lojistas também se tornam uma dificuldade no momento da adaptação, seja pela idade ou pela falta de mão-de-obra, por exemplo.

Ainda sobre a importância dos eventos da cidade para os lojistas do centro histórico, Daniel Vilaça assumiu que alguns empresários tiram grande partido da afluência de público num curto espaço de tempo, como é o caso da Noite Branca que chega a pagar o subsídio de férias dos funcionários.

“Faltam-nos pessoas em Braga. Temos de importar mão-de-obra”


Ainda sobre a gestão de recursos humanos nos diferentes setores de atividade, nomeadamente no turismo e restauração, Daniel Vilaça alertou para a falta de mão-de-obra.

“Faltam-nos pessoas. Temos de importar mão-de-obra e para isso vamos ter que criar condições para recebermos as pessoas, formarmos essas pessoas e colocarmos essas pessoas no mercado de trabalho”, revelou.  A própria AEB dinamiza cursos de formação com emprego garantido no final, mas Daniel Vilaça assume que é preciso mais.

Segundo o presidente da AEB, a comunidade brasileira tem permitido mitigar alguns destes constrangimentos, mas há que ter também em atenção a comunidade de refugiados que chega ao concelho. 

“Precisamos de tentar uma solução de um acolhimento digno e depois dar formação a essas pessoas. Mas Braga é uma cidade cara para se viver, está com falta de habitação. Teremos que colmatar esta falha com contactos com os concelhos mais próximos, promovendo também a mobilidade”, atira.

A entrevista completa ao programa Campus Verbal pode agora ser ouvida em podcast

Partilhe esta notícia
Elsa Moura
Elsa Moura

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Terra Pura
NO AR Terra Pura A seguir: Mil às 18:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv