Desinvestimento da UE em espécies endémicas pode ter riscos ´perigosos`

Um investigador da Universidade do Minho alerta para os riscos de a União Europeia não apoiar espécies endémicas do mediterrâneo.
Ronaldo Sousa, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), com coautores de Itália, Finlândia e Suíça, num artigo que foi publicado na revista Biological Conservation, explica que espécies com flores azuis ou roxas normalmente recebem mais fundos pois são consideradas mais “bonitas”, assim como as orquídeas. Outra discrepância identificada pelos investigadores está relacionada com a diferença de investimento entre espécies dos países do Norte e do Mediterrâneo.
No caso dos animais, a diferença na distribuição de verbas pode chegar aos mil milhões de euros entre 1992 e 2020. Ronaldo Sousa acredita que a nova estratégia para a biodiversidade da União Europeia, que tem previstos 20 mil milhões de euros anuais para investimentos em espécies, restauração de habitats e aumento de áreas protegidas, poderá alterar este paradigma caso contrário irá “enviesar o investimento”.
Esse caminho, na ótica do investigador do CBMA, poderá ser “perigoso”, visto que muitas espécies endémicas têm importantes funções e serviços como alimentos, materiais, mitigação da temperatura e armazenamento de carbono.
