Dívida bancária da Taipas Turitermas supera os 5 milhões de euros

A autarquia de Guimarães pretende comprar três equipamentos da régie cooperativa municipal, de forma a minimizar a situação.

A Câmara Municipal aprovou, com os votos a favor do Partido Socialista e contra da coligação Juntos por Guimarães, a aquisição do polidesportivo, do parque de campismo e de um restaurante que pertencem à Taipas Turitermas, por um valor de dois milhões de euros, de forma a atenuar os problemas financeiros da régie cooperativa, detida a 94% pela autarquia. Falta agora o Tribunal de Contas validar a operação.


O negócio foi criticado pela oposição, com o vereador Bruno Fernandes a referir que esta medida serve para “corrigir erros de gestão que têm sido cometidos ao longo dos últimos anos” pela entidade. “A Taipas Turitermas realizou um conjunto de investimentos para os quais não tinha dotação financeira. Estamos a desbaratar mais dois milhões de euros que podiam ser investidos noutros projetos tão ou mais importantes que este”, atira.


A Taipas Turitermas tem uma dívida bancária superior a cinco milhões de euros, fruto de empréstimos contraídos para a realização de obras, nomeadamente no polidesportivo, que custou 1,4 milhões de euros, e nos Banhos Novos. Neste último caso, o valor da empreitada foi de 3,9 milhões de euros, com uma comparticipação de 850 mil por parte de fundos europeus.

O presidente da Câmara Municipal admite que a Taipas Turitermas estava à espera de um apoio comunitário “bastante maior” e que essa expetativa “falhou”. Quanto ao polidesportivo, Domingos Bragança faz mea culpa e confessa que, na altura, deveria ter sido a autarquia a arcar com os custos da intervenção, dada a “natureza municipal” do espaço.


Tendo em conta as justificações do edil, Bruno Fernandes considera que o presidente da câmara é o “principal responsável” pelo estado da cooperativa, acusando-o de ter feito “ouvidos moucos aos alertas que foram chegando por parte da oposição e de cooperantes, de pessoas de dentro da instituição”. Lamentando “o striptease e o carrossel de empréstimos”, o vereador da coligação Juntos por Guimarães instiga o presidente da câmara a fazer “uma auditoria independente e externa” às contas da entidade.



Concessão de equipamentos da Taipas Turitermas a privados em equação


Domingos Bragança assume que a proposta, agora aprovada em reunião de câmara, pode vir a ser “aperfeiçoada”, em diálogo com o Tribunal de Contas, recordando que os equipamentos referidos, que constituem o prédio urbano da Taipas Turitermas, estão hipotecados. Havendo luz verde, adianta que “a transferência dos valores financeiros por parte da Câmara para a Turitermas será para fazer o distrate e anular o ónus da hipoteca”. 


Se o tribunal inviabilizar o negócio, terão de ser “equacionadas outras soluções”, como a renegociação dos prazos da dívida com os bancos credores, que “até agora ainda não foi possível”, ou a concessão de determinados equipamentos da cooperativa ao setor privado.

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Tiago Barquinha
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