PIEP apresenta projeto de 6,3 milhões para um futuro sustentável dos plásticos em Portugal

Alavancar a transição do setor dos plásticos para uma economia mais circular e neutra em carbono é o objetivo do projeto ‘Better Plastics’ do Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros, da Universidade do Minho (PIEP). A iniciativa envolve 6,3 milhões de euros e o desenvolvimento de quatro dezenas de produtos, materiais e sistemas tecnológicos até meados de 2023.

O coordenador científico do ‘Better Plastics’, Bruno Pereira da Silva, sublinha que a iniciativa “pretende e ambiciona assegurar a sustentabilidade da nova cadeia de valor do setor dos plásticos”. O projeto está divido em quatro linhas de investigação, nomeadamente “a circularidade pelo design de materiais, a circularidade pelo design do produto, a circularidade pela reciclagem e a circularidade pelas matérias primas alternativas”.


Neste momento estão a ser desenvolvidos mais de 17 produtos, 15 materiais e cinco sistemas tecnológicos, que envolve um consórcio constituído por mais de 52 membros, desde empresas, universidades, centro de investigação, entidades governamentais, entre outros.

As ações pretendem sobretudo diminuir a produção e o consumo de produtos descartáveis, aumentar o potencial de reciclagem e apostar nas matérias-primas alternativas, associando novos modelos de negócio e de design de produto. “Neste momento estamos a desenvolver novos produtos que incorporam reciclado na sua constituição e que são recicláveis no seu fim de vida, como embalagens para queijo e garrafas de água“, explica. 

O coordenador científico adianta que também estão a ser desenvolvidos materiais bio compostáveis para várias aplicações, como no embalamento de fruta nos hipermercados.“Estamos ainda a desenvolver novos materiais a partir de matérias-primas alternativas, desde logo o desenvolvimento de novos materiais bio compostáveis a partir de resíduos alimentares, como também o desenvolvimento de fibra de carbono a partir de um precursor natural, a lignina, que existe em largas quantidades na natureza”, acrescenta.

Para o responsável trata-se de um “verdadeiro ecossistema de inovação” que vai ao encontro das linhas orientadoras da Comissão Europeia. “Aquilo que estamos a desenvolver, no âmbito do projeto, são novos materiais, novas soluções de embalagem que são muito importantes para o setor da área alimentar porque conseguimos prolongar o tempo de vida útil dos alimentos e fazer com que exista um menor desperdício alimentar”, sublinha. 

O projeto nasceu de um desafio da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) para mobilizar o setor privado, as autoridades, as universidades e os cidadãos sobre os objetivos da Economia Circular Europeia, em especial na redução de emissões de gases com efeito de estufa, na maior eficiência de recursos e na criação de emprego. O ‘Better Plastics’ é cofinanciado pelos programas Compete, Lisboa 2020, Portugal 2020 e pela União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. 

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Catarina Martins
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