“A nossa vida depende dos oceanos e isto não é uma coisa bonita que se diz, é mesmo assim”

Isabel Estrada Carvalhais apresentou recentemente o relatório 'Uma economia azul sustentável na UE' no Parlamento Europeu.

Isabel Estrada Carvalhais salienta o papel central da pesca e da aquicultura na sustentabilidade dos oceanos. A eurodeputada viu ser aprovado na última semana, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, um relatório que redigiu sobre o assunto.

O documento ‘Uma economia azul sustentável na UE’ inclui propostas de ações no sentido de potenciar a criação de emprego, tornar o setor das pescas e da aquicultura mais atrativos para as gerações mais jovens, promover a investigação científica e a inovação, assim como proteger a biodiversidade e promover ecossistemas saudáveis.

Em entrevista à RUM, nos estúdios do Parlamento Europeu, refere que os dois setores, considerados “tradicionais”, precisam de ser “devidamente acarinhados e enquadrados no contexto de uma economia azul sustentável, que explora toda a riqueza imensa que os oceanos proporcionam, mas que tem em atenção que essa exploração não pode ser feita a expensas da sustentabilidade dos ecossistemas marinhos”. 


“A nossa vida depende absolutamente dos oceanos e isto não é uma figura de estilo nem uma coisa bonita que se diz, é mesmo assim”, afiança.


De acordo com os dados mais recentes da Comissão Europeia, que remontam a 2018, Portugal é o estado-membro onde se come mais peixe. Falando de um problema à escala mundial, alerta para a urgência de haver um “consumo mais racional e moderado”, até porque a “população está a crescer”.

Nesse sentido e apesar de compreender as críticas sobre a limitação das cotas, Isabel Estrada Carvalhais enaltece que devem ser entendidas como “uma tentativa de permitir alguma folga em relação àquilo que é a resposta da própria natureza”. “Quando damos um bocadinho de tempo à natureza, ela responde de uma forma extraordinária. É por isso que no ano a seguir já temos mais sardinha, mais cavala…”, exemplifica.

Segundo a eurodeputada, que integra a Comissão das Pescas, o grande problema apontado pelos profissionais do setor está mais relacionado com o “desrespeito pelas cotas por parte de frotas e embarcações de maior dimensão, provenientes, inclusivamente, de países de fora da União Europeia”, o que provoca uma “concorrência desleal”.

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Tiago Barquinha
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Carolina Damas
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