“Desassossego” uma exposição que desafia a pensar a atualidade

A Galeria do Paço da Universidade do Minho recebe até 1 de junho a exposição “Desassossego” de Raúl Ferreira. O trabalho inspirado na obra de Fernando Pessoa, assim como na atualidade quer em termos políticos quer sociais levaram o artista a iniciar um processo de “desconstrução da pintura” que acaba por se aproximar da sua própria destruição.
O objetivo do artista passa por impulsionar o espetador a questionar tudo ao seu redor numa viagem “auto-reflexiva à fragilidade da natureza” através de obras tridimensionais.
As 10 telas contam uma história que começou em 2015, mais coloridas, e prolonga-se até 2022, totalmente dominadas pelo negro, já influenciada quer pela pandemia quer pela guerra no leste da Europa.
Natural de Vila Nova de Gaia, Raúl Ferreira volta a ter trabalhos em espaços da UMinho, depois de, em 2017, ver inaugurada no campus de Gualtar a escultura “Artes, Humanidades e Engenharia”, numa homenagem ao professor catedrático emérito da academia minhota, Victor Aguiar e Silva.
Na ótica da vice-reitora para a cultura, Joana Aguiar e Silva, este é mais um passo no sentido de abrir o Paço à cidade que na sua opinião ainda tem um défice de oferta cultural quando comparado com outros municípios. A UMinho está comprometida a alargar a oferta cultural, de modo a estimular os públicos, uma vez que a UMinho dispõe de um espaço “privilegiado” no coração da cidade dos arcebispos.
A curto/médio prazo o espaço poderá ser alvo de pequenas intervenções como instalação de paredes falsas de modo a não danificar as paredes do edifício. Além disso, está a ser analisada a possibilidade de melhorar a iluminação do local, entre outros aspectos que podem potenciar tanto o espaço como as exposições que acolhe.
