Abril trouxe liberdade de expressão, mas bracarenses dizem que ainda há muito por fazer

Liberdade de expressão. Esta é a principal marca que ficou da Revolução dos Cravos para os bracarenses.
No dia em que se assinala o 48.º aniversário do 25 de Abril, a RUM foi para as ruas de Braga perceber o que pensam os cidadãos sobre Abril e, dizem, ainda há muito trabalho a fazer.
“Foi uma mudança no regime e foi boa”, começa por dizer Irene Silva. “Eu, pessoalmente, na altura em que era uma jovem não percebia, porque a formação política não era grande, mas não há dúvida nenhuma que pelo menos começou a ser mais fácil nos expressarmos.” Contudo, é da opinião que “há sempre coisas a fazer e a melhorar”.
Já Susana Vieira, diz que o 25 de Abril “não proporcionou muitas vantagens”, manifestando o aumento dos preços desde então. Para a cidadã “muita coisa tem que mudar”, dando o exemplo das reformas.
Maria Rodrigues e Armando Rodrigues defendem a importância da Revolução de 1974. “Foi um dia muito especial que mudou as nossas vidas”, declaram. “É uma vida completamente diferente. Era um país miserável onde só alguns é que estudavam e os outros não sabiam nada”, sublinha Maria. “Só pela liberdade de expressão valeu a pena o 25 de Abril”, assinala Armando, fazendo ainda referência ao medo alimentado pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado).
Fernanda Vilaça é da mesma opinião. “Pelo menos há liberdade de expressão”, salienta, relembrando situações que viveu e testemunhou. Contudo, dá conta da probreza que ainda existe no país, “há pobres muito envergonhados, que não se manifestam e passam muita fome”.
