Comerciantes fazem esforço extra para não aumentarem os preços dos produtos

O aumento do preço dos combustíveis ao longo dos últimos meses tem afetado a sociedade portuguesa, em geral. Um dos setores que mais tem sofrido é o comércio local. A RUM foi ao Mercado Municipal de Braga perceber como estas subidas têm afetado o trabalho dos comerciantes. 

Maria Manuela Gomes, proprietária de um estabelecimento de frutras e legumes, dá conta das consequências que tem sentido devido aos constantes aumentos e revela que para manter os clientes tem “suportado o peso da subida dos preços”. “Não aumentamos os preços para não perder clientes”, admite. José Araújo, talhante, refere também estar a suportar os aumentos. “Estamos sempre a atrasar e a esmagar cada vez mais margens porque senão atingimos preços proibitivos”, evidencia.

Vânia Ribeiro, proprietária de um estabelecimento de flores, afirma que subiu os preços por consequência do aumento dos combustíveis explicando que “muitas das flores são exportadas e por vezes com viagens bastante longas”. Albertina Rodrigues, vendedora de frutas e legumes, revela ser notória a menor afluência ao mercado. “As pessoas acabam por ponderar sair de casa ou acabam por fazer as suas compras em estabelecimentos mais próximos”, considera. Maria de Lurdes, também vendedora de frutas e legumes, é da mesma opinião. “As pessoas já não saem de casa, compram mais perto e só vêm as que podem”, afirma.

Conceição Ferreira, do minimercado Esteves Esteves, revela que a subida dos combustíveis tem afetado “imenso” e que vários clientes estão a perder o poder de compra. “Isto é prejudicial para nós e para o consumidor”, sublinha. Luísa Maceda, peixeira, reconhece que “tudo encareceu e que as pessoas estão a ficar sem dinheiro para comer”.

Contudo, apesar das dificuldades sentidas pelos comerciantes do Mercado Municipal, todos acreditam num futuro positivo sem pôr em causa a saída deste estabelecimento. “Queremos acreditar que se trata de uma situação pontual”, finaliza José Araújo.