Candidatura de Braga a CEC 27 em análise no Praça do Município

A candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027 esteve em destaque no programa de debate político da RUM, Praça do Município, que será reposto esta segunda-feira na antena da Universitária.
Do total de 12 cidades a concurso apenas quatro passaram à “final four” da competição, são elas: Aveiro, Braga, Ponta Delgada e Évora. Em 2027, um dos municípios irá partilhar o título com a Letónia.
Segue-se a elaboração de um novo dossier de candidatura com algumas recomendações dos jurados que, até ao final do ano, vão visitar Bracara Augusta. A decisão será anunciada entre o final de 2022 início de 2023.
Para o comentador convidado Carlos Almeida falta coerência ao executivo liderado por Ricardo Rio, uma vez que, na sua opinião, nos últimos anos Braga tem assistido a “decisões um pouco em contraciclo, nomeadamente, no que diz respeito a equipamentos culturais”.
O comentador político acusa a maioria de direita de não tomar a iniciativa de “recuperar ou aumentar a oferta de equipamentos culturais”, elencando os casos do São Geraldo, “praticamente abandonado”, da Fábrica Confiança e da Francisco Sanches. “É preciso sinais mais visíveis porque não chega o presidente vir anunciar que vai investir 25 milhões de euros”, remata.
Já para António Lima o processo já começou “inquinado” devido a toda a polémica em torno da antiga saboaria. “Tem se silenciado esse processo”, acusa o comentador aos microfones da RUM. “Será sempre uma falha na candidatura. Por outro lado, aquilo que se foi anunciando está muito atrasado como é o caso do São Geraldo que diziam em 2021 que estaria pronto nos próximos dois anos e ainda nem um prego lá espetaram”, critica.
António Lima alerta para a importância de auscultar promotores que estão fora do sistema, de modo a “sedimentar a cultura” e não seguir o caminho da “euforia”.
Em resposta sobre a questão do São Geraldo, que será transformado no Media Arts Centre, João Granja refere que este o equipamento está a ser alvo de um trabalho minucioso na componente de especialidade que está a ser feita por especialistas de som para Braga vir a usufruir de um espaço com caraterísticas diferentes e transformáveis sem grandes restrições dentro do vasto mundo das “media arts”.
Apesar de considerar o dossier intitulado “Tempo de contemplação” forte, o comentador concorda com a necessidade de fazer chegar a candidatura aos bracarenses, a título de exemplo, nas caixas de correio ou em iniciativas através de associações.
“Se as pessoas não sentirem esta candidatura como sua podemos correr o risco de ter uma coisa muito bonita e perfeita, mas não haver algo que fique. A candidatura tem que se concentrar em se enriquecer para poder ganhar”, defende.
