Portas do Palácio D. Chica vão voltar a abrir e dar lugar a um projeto turístico

Proprietários já realizaram ações de limpeza no edifício e querem rentabilizá-lo.

Conta a história que, em 1915, João Rego mandou construir um palácio para oferecer à sua prima e esposa, Francisca Peixoto Rego. Quatro anos depois, a separação do casal levou à suspensão da obra e, a partir daí, o edifício passou por várias mãos, sendo que a última atividade que ali se instalou foi de diversão noturna, na década de 90. 


Agora, os novos investidores, três barcelenses, que vivem nos Estados Unidos, e um empresário norte americano, querem dar uma nova vida ao Palácio Rego, mais conhecido por Palácio de D. Chica, transformando-o em mais um atrativo turístico da cidade de Braga. Durante vários anos, aquele que era o sonho de D. Chica esteve totalmente ao abandono e as marcas do tempo faziam-se notar nas paredes do edifício. 

Entretanto, segundo o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, que recentemente visitou o Palácio, os proprietários “já fizeram um primeiro conjunto de ações de limpeza, mas está em causa uma ação mais profunda”, que vai “viabilizar a salvaguarda do edifício, mas também rentabilizá-lo”, através de “um projeto de natureza turística, mas que depois tem um conjunto de outras dinâmicas de natureza cultural que podem ali ser rentabilizadas”. 

Ricardo Rio não nega a importância de ter mais um atrativo turístico no concelho. “Parece-me uma solução extremamente interessante que será mais um atrativo para a cidade de Braga, sendo que vamos tendo públicos muito diferenciados do ponto de vista turístico”, finalizou.

Recorde-se que, em 2021,o Palácio foi considerado pelo portal Civitatis como um dos dez locais abandonados mais impressionantes em todo o mundo.

Francisca Peixoto Rego nasceu no Brasil e herdou do pai, nascido em Palmeira, uma fortuna considerável. Em 1913, a jovem mudou-se para Braga, acompanhada pelo marido, João Rego, com quem casou por conveniência aos 17 anos. João Rego nasceu em Braga e quando regressaram instalaram-se na residência dos Peixoto do Rego, na atual Rua do Carregal. O sonho de D.Chica era ter uma casa com muito luxo, onde pudesse dar festas e, por isso, João fez-lhe a vontade, adquirindo um terreno com cerca de três hectares perto da Igreja Paroquial de Palmeira. Projetado pelo arquiteto suíço Ernesto Korrodi, esta construção imponente nunca chegaria a ser habitada pelo casal, que se separou em 1919. 

Em 1985, o Palácio foi classificado de Imóvel de Interesse Público e foi passando de proprietário em proprietário. Em 2010 o Palácio de D. Chica foi comprado por um empresário do ramo imobiliário, que queria restaurar o edifício e abrir ali um espaço para realizar casamentos, festas e jantares, mas o projeto nunca foi para a frente. 

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Liliana Oliveira
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