Cursos Eng. Aeroespacial e Ciência de Dados devem arrancar no próximo ano letivo

Os cursos de Engenharia Aeroespacial e Ciência de Dados devem arrancar no ano letivo de 2022/2023. A ambição foi vincada aos microfones da RUM pelo reitor da Universidade do Minho à margem da cerimónia do 47º aniversário da Escola de Ciências (ECUM).

Recorde-se que os dois cursos estarão sobre a chancela das escolas de Ciências e Engenharia, sendo que deverão ser lecionadas na Fábrica do Arquinho, em Guimarães.

Em declarações à Universitária, Rui Vieira de Castro explica que a A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior – “comprometeu-se” a proceder a uma avaliação mais rápida aos cursos relacionados com o Plano de Recuperação e Resiliência, como é o caso dos dois cursos elencados, ou seja, a instituição espera ter os resultados no final de março. Por outro lado, a agência abriu um período especial para submissão de novos processos durante esta semana. “Nós vamos responder e o compromisso da agência é que até ao final de abril haverá uma resposta. O que significa que teremos margem de manobra suficiente para avançar com os cursos já em 2022/20223”, declara.

Há dez meses no cargo de presidente da ECUM, José González-Méijome, já conseguiu iniciar 66% das medidas previstas no Plano de Ação. Em média, 29% das ações foram realizadas, sendo que 12,5% foram concluídas.

Para o responsável os dois cursos terão não só a “capacidade de recrutar mais alunos e formar quadros para um ecossistema empresarial e industrial como de alavancar a investigação” nos sete centros desta que é uma das unidades orgânicas fundacionais da UMinho. 

Obras nos laboratórios de Química estão para breve.

Além das críticas à “escassez” de propostas para o Ensino Superior, Ciência e Tecnologia nos programas dos partidos nas últimas eleições legislativas, José González-Méijome alertou para a “urgência” de intervenções no edificado da escola, mais concretamente, nos laboratórios de Química. Alerta que foi ouvido pelo responsável máximo da academia minhota que quando questionado pela Universitária avançou que “as intervenções terão início ainda no primeiro semestre”, de modo a tornar os espaços “mais capazes de acolher ensino de qualidade”.

De salientar que a ECUM é responsável por 120 projetos de investigação financiados em 20 milhões de euros o que equivale a 12% do financiamento no conjunto da UMinho.

Reitor da UMinho volta a alertar para “bomba relógio” que é a situação dos investigadores em Portugal.

Durante o seu discurso que assinalou os 47 anos da ECUM, Rui Vieira de Castro voltou, assim como fez na sessão da Escola de Psicologia, a alertar para a “bomba relógio” que é o aproximar do fim dos contratos de um número significativo de investigadores.

Este é um tema que o CRUP – Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas – sinalizou na reunião com o primeiro-ministro, António Costa.

Dentro da academia minhota, o reitor frisa existir um conjunto de medidas que podem ajudar a instituição a lidar com esta questão que é “absolutamente crítica” e com grande “impacto na vida das pessoas e da instituição” que necessita destes quadros qualificados.

Para Rui Vieira de Castro a UMinho tem de “contratar mais investigadores de carreira, preciso pensar novas carreiras associadas á investigação dentro da universidade, pensar em formas mais fluidas de articulação por exemplo a propósito dos laboratórios associados ou colaborativos e é preciso a agência política também”.

O responsável máximo da academia minhota apela também aos investigadores/docentes com uma voz mais conceituada dentro e fora das comunidades científicas para que “alertem para os danos que para o país podem decorrer de uma não resolução do problema da contratação dos investigadores”.