“Se fossemos a avançar com o despejo já havia 98 famílias nessa situação”

Há um mês na administração da BragaHabit, Carlos Videira reconhece o problema da habitação social, mas expande-o ao país. O responsável lamenta que não existam instrumentos “para conseguir essa habitação” e critíca o facto desta “responsabilidade ter sido entregue aos municípios, sem o devido envelope financeiro”.
“Temos que dar resposta, quer por medidas de promoção direta, através da construção, quer pela disponibilização de fogos públicos para arrendamento acessível, quer pela promoçao indireta, para fazer com que a oferta privada cresça e faça com os preços baixem”, sugeriu.
Na habitação social, a lista de espera da BragaHabit conta com 300 famílias, mas, reconhece o administrador, “o número pode aumentar significativamente em 2022, face ao levantamento das medidas excecionais” aplicadas devido à pandemia.
Foi precisamente a pandemia a agravar um dos problemas com que a empresa municipal se depara: o atraso no pagamento das rendas. Neste momento, “menos de metade paga de forma regular”. A BragaHabit tenta ultrapassar estas situações através da “celebração de acordos de pagamento”. Em causa estão, em alguns casos, “dívidas avultadas a rondar valores acima de um milhar de euros”. “Se fôssemos a avançar com o despejo, já havia 98 famílias nesta situação”, adiantou Carlos Videira.
“Os dados provisórios dos censos ditam que o parque habitacional nacional cresceu 1% e em Braga 4,8%, enquanto a população cresceu 6,5% e os garegados familiares 12%, ou seja, três vezes mais do que caresceu a oferta da habitação”, revelou o administrador, dando conta do acréscimo significativo de famílias monoparentais no concelho.
