CDU mostra-se preocupada com condições de habitação no Bairro das Andorinhas

A CDU alerta que os moradores do Bairro das Andorinhas não estão a conseguir comprar imóveis à empresa municipal BragaHabit. O assunto foi levado à reunião de câmara desta segunda-feira, após o período da ordem de trabalhos.
De acordo com Bárbara de Barros, “durante largos anos e até há bem pouco tempo, os residentes tinham possibilidade de adquirir os apartamentos”, mas isso “deixou de ser possível”. Perante a ausência de João Rodrigues, vereador e presidente do conselho de administração da BragaHabit, por motivos de saúde, a comunista dirigiu o assunto a Ricardo Rio.
O autarca justifica a opção da empresa municipal com a salvaguarda da sustentabilidade financeira. “Se formos vender a preços de mercado, muitos moradores não terão possibilidade de adquirir o imóvel. Se não vendermos a preço de mercado, vamos estar a fazer um encaixe que não nos permite repor o número de imóveis necessários para consumar a nossa política de habitação”, argumenta.
Ainda assim, não fecha a porta à alienação das habitações aos residentes, desde que seja estabelecido “um critério que não prejudique os interesses das políticas municipais” nesse setor. Perante a tomada de posição da maioria que governa o executivo, Bárbara de Barros defende que a BragaHabit tem a missão de praticar “preços justos para os moradores” e que o encargo subsequente é algo que “o município deve assumir”.
“Estamos a falar de casos de sucesso, de pessoas e famílias que, em devido tempo, necessitaram desta resposta social para arrendar um apartamento e que hoje têm condições para garantir a própria habitação”, ilustra.
CDU pede maior colaboração entre BragaHabit e moradores
Noutro âmbito, a Associação de Moradores do Bairros das Andorinhas tem reivindicado uma reabilitação profunda naquele local, algo que não acontece há mais de 15 anos. Nesse sentido, a BragaHabit está a preparar uma candidatura ao ‘1º Direito‘, programa do Estado alocado ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.
A zona supracitada é constituída por 33 blocos, sendo que dois terços das habitações pertencem à BragaHabit e as restantes a privados. Pelo facto de existirem “muitos imóveis que são propriedade dos residentes, ao contrário, por exemplo, das Enguardas e de Santa Tecla, as candidaturas têm de ser feitas de forma individual”.
“Queremos ver o bairro reabilitado. Temos vindo a encetar um diálogo muito próximo com a associação de moradores para criar condições para que seja o mais integralmente requalificado possível”, garante.
A perceção de Bárbara de Barros é diferente em relação às conversações feitas até então. A vereadora da CDU refere que “os moradores não têm conhecimento desse acompanhamento” e que é preciso “acertar agulhas” com a associação local, de modo a que a situação seja debelada.
